Pela primeira vez, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma proposta com potencial real de acabar com a guerra na Ucrânia: negociações diretas com Kiev, que seriam realizadas no próximo dia 15, na cidade turca de Istambul.
Segundo o próprio Putin, as conversas têm como objetivo alcançar a paz duradoura e eliminar as causas profundas do conflito, que já dura mais de três anos.
“Estamos propondo que Kiev retome as negociações diretas sem quaisquer pré-condições”, disse Putin neste domingo (11). “Oferecemos às autoridades de Kiev que retomem as negociações já na quinta-feira, em Istambul”, acrescentou.
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Putin afirmou ainda que conversaria com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre a facilitação das negociações, que, segundo ele, poderiam levar a um cessar-fogo.
“Nossa proposta, como dizem, está sobre a mesa. A decisão agora cabe às autoridades ucranianas e seus curadores, que são guiados, ao que parece, por suas ambições políticas pessoais, e não pelos interesses de seus povos”, afirmou.
A pressão de Trump e da Europa sobre Putin
Apesar da pressão pública e privada do presidente dos EUA, Donald Trump, e dos repetidos alertas das potências europeias, Putin ofereceu poucas concessões para encerrar o conflito até o momento.
Segundo Putin, a Rússia propôs vários cessar-fogo, incluindo uma moratória sobre ataques a instalações energéticas, um cessar-fogo de Páscoa e, mais recentemente, a trégua de 72 horas durante as comemorações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial.
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Tanto a Rússia quanto a Ucrânia se acusaram de violar as propostas de trégua temporária, incluindo o cessar-fogo de 8 a 10 de maio.
Putin disse que não descarta que, durante as negociações propostas na Turquia, ambos os lados concordem com “algumas novas tréguas, um novo cessar-fogo”, mas que seria o primeiro passo para uma paz “sustentável”.
No sábado (10), as principais potências europeias exigiram, em Kiev, que Putin concordasse com um cessar-fogo incondicional de 30 dias ou enfrentasse novas sanções “massivas”.
O sim de Zelensky
Horas depois, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aceitou a proposta de Putin para a reunião na Turquia.
“Aguardamos um cessar-fogo total e duradouro, a partir de amanhã, para fornecer a base necessária para a diplomacia. Não faz sentido prolongar os assassinatos”, afirmou o líder ucraniano em postagem no X neste domingo.
A declaração de Zelensky ocorre pouco depois de Trump pedir para que a Ucrânia aceitasse o convite dos russos para conversas de paz na quinta-feira.
“Espero que desta vez os russos não procurem desculpas”, completou o presidente ucraniano.
*Com informações da CNBC e da Reuters
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