Após mais de 15 anos, a parceria histórica entre a C&A Brasil (CEAB3) e o Bradesco (BBDC4) chegou ao fim.
A varejista de moda decidiu vender os direitos sobre o portfólio de cartões de crédito com a marca Bradescard para o banco por R$ 170 milhões, marcando o encerramento de um ciclo iniciado em 2009.
O objetivo inicial da parceria era fornecer produtos e serviços financeiros aos clientes da C&A, ampliando sua oferta de valor.
Agora, com a transação formalizada, a varejista anunciou o encerramento do contrato com os bancos por meio de um termo de transação e encerramento de contrato de parceria e outras avenças, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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Segundo a C&A, esse desinvestimento, reflete uma mudança estratégica mais ampla em seu modelo de serviços financeiros. A empresa busca novos caminhos para monetizar suas operações e estabelecer parcerias mais flexíveis, com maior controle sobre o relacionamento com seus clientes.
Além disso, a C&A quitou integralmente uma pendência de R$ 650,6 milhões com o Bradesco, referente à recompra dos direitos exclusivos de oferecer serviços financeiros de forma independente.
Até então, esses direitos eram explorados exclusivamente pelo Bradesco e a Bradescard.
Para o BTG Pactual, o pagamento antecipado da obrigação, originalmente previsto para julho de 2025, sinaliza a intenção da C&A de acelerar sua transição para uma estratégia renovada de serviços financeiros, além de uma integração ainda maior do ecossistema de clientes.
A visão dos analistas sobre o fim da parceria entre a C&A (CEAB3) e o Bradesco
O BTG Pactual considera os termos da transação entre a C&A (CEAB3) e o Bradesco como positivos para a varejista.
Na leitura dos analistas, a venda dos direitos sobre o portfólio de cartões Bradescard aumenta a autonomia da C&A na construção de suas futuras ofertas financeiras, permitindo maior controle sobre os produtos e serviços.
Outro ponto citado pelo banco é a representatividade da Bradescard nos números da C&A.
Embora o crédito continue sendo um facilitador importante para as vendas, a divisão de cartões representou apenas 13% da receita de serviços financeiros da C&A no primeiro trimestre de 2025, enquanto o C&A Pay respondeu por 87% da receita do segmento.
Isso reflete o movimento da empresa para se tornar menos dependente da parceria com o Bradesco.
Os analistas do BTG também destacam os sinais positivos observados nos últimos meses, como a melhoria na produtividade das lojas e na rentabilidade, além de uma postura mais cautelosa em relação às operações de crédito — uma estratégia “prudente” diante das altas taxas de juros no Brasil.
“Continuamos observando os mesmos sinais encorajadores que nos levaram a adotar uma postura mais construtiva sobre a ação”, escreveram.
Na mesma linha, a XP Investimentos também vê de forma positiva a saída da Bradescard do balanço da C&A a partir do terceiro trimestre — o que, combinada ao crescimento nas vendas das mesmas lojas e um controle mais rígido das despesas operacionais, deve resultar em maior lucratividade para a empresa.
A XP aumentou suas estimativas para o lucro líquido de 2025 em 31%, e para 2026, a projeção subiu 6%.
Para o Ebitda, indicador usado pelo mercado para mensurar a capacidade de geração de caixa operacional de uma empresa, a previsão para este ano subiu 14%, e para 2026, 13%.
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O que fazer com as ações CEAB3 agora
O BTG manteve recomendação de compra para as ações da C&A (CEAB3), apostando no potencial de crescimento da empresa.
A visão otimista é baseada na expectativa de ganhos adicionais a serem gerados pela maior eficiência do varejo, alavancagem operacional e maior rentabilidade, além de um balanço patrimonial mais robusto e múltiplos de valuation razoáveis.
Com a expectativa de lucros mais altos, a XP manteve recomendação de compra e também revisou o preço-alvo das ações da C&A (CEAB3), passando de R$ 12,00 para R$ 22,00.
A nova previsão implica uma valorização de quase 30% até o fim de 2025 em relação ao último fechamento.
*Com informações do Money Times
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