A Moody ‘s se juntou nesta segunda-feira (7) à S&P Global e à Fitch Ratings na decisão de colocar o rating do Banco de Brasília (BRB) em revisão, após a notícia da possível compra do Banco Master.
Em relatório, a Moody ‘s destacou que “a aquisição das operações do Master provavelmente pressionará ainda mais a taxa de lucratividade do BRB, devido ao maior custo de financiamento do Master” e afirmou esperar que a sobreposição dos dois bancos vá limitar os ganhos de eficiência e aumentar os riscos de execução da compra.
Diante das incertezas desse negócio, a posição dos analistas foi colocar as notas de crédito do BRB em revisão para possível rebaixamento.
Atualmente, o rating do BRB na Moody’s é B1, em moeda local e estrangeira, com perspectiva estável.
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Na semana passada, a Moody’s já tinha soltado um relatório sobre a análise da compra.
Na opinião dos analistas, os riscos de execução e integração da aquisição incluem o status público do BRB, que envolve uma estrutura de governança complexa, e os empréstimos altamente concentrados do Master, parte deles estruturados em precatórios — dívidas públicas da União, Estados e Municípios —, que são ativos ilíquidos, que dependem de decisão judicial para pagamento.
No novo relatório, a agência reforça que “a incorporação do portfólio de empréstimos corporativos altamente concentrado do Master introduzirá riscos ao perfil de qualidade de ativos do BRB e ao livro de empréstimos granular, que é amplamente composto por empréstimos garantidos”.
Com isso, os analistas esperam que o capital total do BRB permanecerá sob pressão como resultado do crescimento dos negócios e das baixas métricas de lucratividade.
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Unanimidade nas dúvidas
S&P e Fitch já tinham tomado a mesma decisão de colocar o rating do BRB em análise. Na S&P, a nota do banco estatal é B, enquanto na Fitch é B-.
Ambas as agências avaliam que há dúvidas sobre os aspectos da transação e a estrutura de capital do que seria o novo conglomerado, o que torna incerto o impacto que a compra terá para o banco público.
“Precisamos de uma maior clareza na estrutura consolidada do grupo após a aquisição, além de detalhes sobre a reorganização do Banco Master, para estimar o impacto sobre a estrutura de capital, a exposição de risco e os perfis de negócio e de financiamento do BRB”, afirmaram os analistas do S&P.
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A própria compra do Master pelo BRB ainda não é vista como um negócio definido. No último final de semana, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, teria se encontrado com banqueiros das principais instituições financeiras do país para discutir a operação.
Os executivos estariam avaliando alternativas que envolvem a entrada do BTG Pactual no negócio ou um resgate emergencial pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para completar a operação.
Para os analistas da Fitch, apesar dos riscos, há potenciais sinergias no segmento de banco de varejo que o BRB poderá absorver, além da diversificação de produtos e a expansão geográfica, que oferecem oportunidades de crescimento.
As agências devem dar o parecer final sobre as reavaliações após a conclusão do negócio.
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