Dados melhores do que o esperado do mercado de trabalho norte-americano dão impulso à bolsa de Nova York nesta sexta-feira (6). O S&P 500 saltou para a marca dos 6 mil pontos, mas o Ibovespa oscila, chegando a operar abaixo dos 136 mil pontos.
O principal índice da bolsa de valores brasileira iniciou o dia com alta de 0,50%, atingindo a máxima intradia, aos 136.889,88 pontos, mas inverteu o sinal sem um gatilho aparente e, por volta de 12h25, recuava 0,19%, aos 135.984,79 pontos.
No mesmo horário, no mercado de câmbio, o dólar à vista avançava 0,52%, cotado a R$ 5,6129, acompanhando a força da moeda norte-americana no exterior.
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Lá fora, o S&P 500 subia 1,20%, aos 6.010,47 pontos. Essa é a primeira vez que o índice mais amplo da bolsa de Nova York supera os 6 mil pontos desde fevereiro. Já o Dow Jones tinha alta de 1,17%, aos 42.817,32 pontos; e o Nasdaq ganhava 1,41%, aos 19.570,31 pontos.
Em Wall Street, as ações da Tesla chamam atenção, com alta de mais de 6% hoje. No dia anterior, os papéis da fabricante de carros elétricos despencaram 14% em meio a uma briga travada entre o bilionário Elon Musk e o presidente norte-americano, Donald Trump. Você pode conferir os detalhes aqui.
Outros grandes nomes relacionados à tecnologia, como Nvidia, Meta e Apple, também negociaram em alta no pregão de hoje.
Os yields (rendimentos) dos Treasurys também avançam e pressionam os juros futuros no Brasil, contaminando alguns papéis mais sensíveis ao ciclo econômico na B3, como as varejistas Azzas (-5,14%) e Lojas Renner (-4,13%).
A força do emprego ajuda a bolsa lá fora
A economia norte-americano criou 139 mil postos de trabalho em maio, acima da previsão da Dow Jones de 125 mil vagas para o mês, mas abaixo das 147 mil em abril, revisados para baixo. A taxa de desemprego permaneceu inalterada em 4,2%.
“O payroll permaneceu resiliente no mês passado, apesar da elevada incerteza em relação à política comercial. Embora as significativas revisões para baixo em relação aos meses anteriores tenha ajudado a diminuir o brilho do relatório, é justo dizer que o mercado de trabalho está se mantendo melhor do que o esperado”, disse o diretor e economista sênior da TD Economics, Thomas Feltmate.
Uma série de dados divulgados no início desta semana sinalizou uma possível desaceleração econômica nos EUA, levantando questões sobre o impacto das negociações tarifárias conduzidas por Trump e os próximos passos do Federal Reserve (Fed), que se reunirá para definir os juros nos dias 17 e 18 de junho.
“A elevada incerteza em torno da política comercial e fiscal, juntamente com a inflação ainda elevada, fez com que as autoridades não tivessem pressa em cortar as taxas. Embora o mercado de trabalho esteja mostrando sinais de arrefecimento, a criação de empregos ainda está em ritmo saudável e ressalta a necessidade contínua de paciência”, disse Feltmate.
Os contratos futuros de juros estão atualmente precificando apenas 20 pontos-base (pb) de flexibilização da política monetária até setembro e dois cortes de 25 pb até o final do ano.
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O que mexe com o Ibovespa
Por aqui, os investidores monitoram eventuais novidades sobre as alternativas do governo ao aumento do IOF. As opções, que devem ser apresentadas a lideranças no Congresso no domingo (8), podem ficar para segunda-feira (9).
Mais cedo, a divulgação do índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI) mostrou uma queda de 0,85% em maio, após uma alta de 0,30% em abril.
Do lado da política monetária, enquanto nos EUA a expectativa é de quem o Fed comece a afrouxar os juros, no Brasil, a curva futura passou a levar em consideração um ajuste final de alta de 25 pb na Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.
A expectativa de novo aumento dos juros por aqui, reflete principalmente a atividade que tem resistido mesmo com a Selic elevada — atualmente em 14,75% ao ano — e incertezas fiscais, apesar de algum alívio na inflação.
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