Após o feriadão de Páscoa, investidores em criptoativos encontram a terça-feira (22) com um bom motivo para começar a semana com o pé direito. O bitcoin (BTC) voltou a ultrapassar a marca dos US$ 90 mil. O patamar de preço não era visto havia mais de um mês.
Em meio à volatilidade típica do setor e a um cenário macroeconômico global ainda incerto, a maior criptomoeda do mercado volta a se posicionar como uma possível reserva de valor, especialmente diante do enfraquecimento do dólar.
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Isso porque, enquanto os mercados tradicionais desaceleravam durante o feriado, o universo cripto manteve seu ritmo.
A baixa liquidez nos mercados convencionais abriu espaço para os ativos digitais ganharem tração.
Investidores aproveitaram a calmaria para reforçar posições e, com isso, o bitcoin alcançou US$ 90,7 mil nesta terça-feira, registrando uma alta de 3,56% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinMarketCap.
Bitcoin brilha como ouro
Além do movimento técnico, analistas observam um possível desacoplamento entre o desempenho do BTC e o das ações de tecnologia dos Estados Unidos — uma mudança que, se confirmada, pode ter implicações relevantes para o mercado.
“Uma das possíveis consequências do desacoplamento dos EUA é uma retomada da tese de valorização de longo prazo do bitcoin como reserva de valor,” disse Augustine Fan, sócio da plataforma de negociação de criptomoedas SignalPlus, à Bloomberg.
“Temos criticado o bitcoin por agir como um Nasdaq alavancado no último ano, mas ele finalmente começou a mostrar alguns sinais de desacoplamento”, completou.
A visão é compartilhada por Richard Galvin, cofundador do fundo de hedge de criptomoedas DACM, com sede em Sydney. “Se o bitcoin continuar a ser negociado mais como ouro do que como ação de tecnologia, a narrativa do desacoplamento ganhará força,” disse ele à Bloomberg.
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Outro indicativo dessa mudança de sentimento veio dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin nos EUA, que registraram na segunda-feira (21) um influxo combinado de US$ 381 milhões — o maior volume desde 30 de janeiro.
No campo regulatório, o clima também é de expectativa positiva. Paul Atkins, bem visto pelo setor, tomou posse nesta segunda-feira como o 34º presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, equivalente à CVM no Brasil).
Outras criptomoedas também acompanharam o bom humor do mercado e fecharam o feriado com ganhos relevantes. Veja o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo hoje:
# | Nome (Símbolo) | Preço (USD) | Variação 24h (%) | Variação 7d (%) | Variação YTD (%) |
---|---|---|---|---|---|
1 | Bitcoin (BTC) | US$ 90.779,78 | 3,56% | 6,92% | – 2,80% |
2 | Ethereum (ETH) | US$ 1.694,33 | 5,04% | 4,43% | – 49,14% |
3 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | 0,05% | 0,07% | 0,26% |
4 | XRP (XRP) | US$ 2,14 | 2,33% | 0,53% | 3,34% |
5 | BNB (BNB) | US$ 609,35 | 1,18% | 4,23% | – 13,07% |
6 | Solana (SOL) | US$ 144,86 | 5,72% | 11,46% | – 23,44% |
7 | USDC (USDC) | US$ 1,00 | 0,00% | 0,01% | – 0,01% |
8 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,17 | 7,14% | 9,44% | – 45,74% |
9 | TRON (TRX) | US$ 0,25 | 1,41% | – 0,49% | – 3,31% |
10 | Cardano (ADA) | US$ 0,66 | 3,77% | 4,89% | – 28,58% |
*Com informações do Money Times e Bloomberg
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