Belém está passando por uma revolução no saneamento básico em preparação para a COP 30. Obras estruturantes estão transformando a cidade, do icônico Mercado Ver-o-Peso a áreas periféricas, beneficiando mais de meio milhão de moradores. Além de preparar a capital para o evento internacional, essas iniciativas impactam diretamente a saúde, a mobilidade urbana e a qualidade de vida da população.
As obras incluem a ampliação da rede de distribuição de água potável e a instalação de novos sistemas de esgotamento sanitário. Entre os principais projetos em andamento, destacam-se:
- Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da Bacia do Una com a ampliação da produção de água e implantação de Estação de Tratamento de Água no 10⁰ setor (Paraíso dos Pássaros), beneficiando bairros como Sacramenta, Telégrafo e Barreiro;
- Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário da Bacia da Estrada Nova, atendendo bairros como Condor, Cremação e Jurunas;
- Revitalização do complexo do Mercado Ver-o-Peso, incluindo sistema inédito de coleta e tratamento de esgoto;
- Canal da Timbó: drenagem, esgoto, pavimentação, passarelas e ciclovias;
- Obras de saneamento nos canais da Bacia do Tucunduba, beneficiando mais de 300 mil pessoas;
- Construção de novos sistemas de drenagem e esgoto no Canal da Gentil;
- Macrodrenagem e urbanização de ruas na Avenida Tamandaré;
- Projetos nos canais do Benguí e da Marambaia, localizados na Bacia do Una;
- Reestruturação viária da Rua das Rosas, com drenagem, esgoto e pavimentação;
- Parque Linear da Nova Doca, com 1,2 km de canal, ciclofaixas, obras de esgotamento sanitário e drenagem profunda;
- Parque Linear da Nova Tamandaré, com infraestrutura de lazer, obras de esgotamento sanitário e drenagem urbana.
- Obras de saneamento completas nos canais da Vileta, União, Leal Martins, Caraparu e Cipriano Santos com serviços de dragagem, retificação dos canais, aterramento de quintais, urbanização viária e novas redes de abastecimento de água, esgoto sanitário e drenagem. O Canal Caraparu também terá uma Estação Elevatória de Esgoto.
Segundo a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), um dos projetos mais importantes é a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da Bacia do Una, que beneficiará bairros como Sacramenta, Telégrafo e Barreiro. A iniciativa inclui a substituição de tubulações antigas.
Outro grande investimento é a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário da Bacia da Estrada Nova, que atenderá bairros como Condor, Cremação e Jurunas. A obra prevê a construção de interceptores de esgoto e a modernização da Estação de Tratamento da Bacia da Estrada Nova, aumentando a eficiência na remoção de impurezas antes de serem lançadas nos rios.
O governador do Pará, Helder Barbalho, ressaltou a importância dessas ações:
“Estamos avançando no maior programa de saneamento da história de Belém. Garantir água potável e esgoto tratado é uma questão de dignidade e saúde pública, além de ser essencial na preparação da cidade para a COP 30.”
Governador do Pará, Helder Barbalho
Ver-o-Peso terá sistema de saneamento histórico
Um dos mais famosos cartões postais de Belém, o Mercado Ver-o-Peso, é outro que ganhou com a COP. Em quase 400 anos de existência, o local terá sua primeira intervenção sanitária, com a instalação de um sistema de saneamento de mais de quatro milhas para coleta e tratamento adequado dos esgotos dos imóveis e estabelecimentos comerciais, beneficiando diretamente quem mora e trabalha no maior complexo de feira livre e mercados da América Latina, criando um legado sustentável para a cidade.
A realização das obras de saneamento do complexo do Ver-o-Peso é uma parceria entre o governo do Pará e o governo federal, por meio do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal.
“As obras de saneamento do Mercado Ver-o-Peso são uma das mais de 30 ações estruturantes do governo do Pará planejando preparar Belém para a COP 30. A nossa capital vai estar pronta para receber a conferência climática da ONU no mês de novembro de 2025. No entanto, além de qualificar a cidade para o evento, a iniciativa benefícios para os trabalhadores do mercado, clientes, turistas e residentes do bairro da Campina”, disse a vice-governadora do Pará e presidente do Comitê Estadual para a COP 30, Hana Ghassan.
Moradores e comerciantes das áreas beneficiadas comemoram as melhorias. José Almeida, feirante do Ver-o-Peso há mais de 20 anos, destaca a relevância das obras: “Essa reforma era necessária há muito tempo. Com melhores condições, teremos mais clientes e mais segurança para trabalhar.”
Investimentos milionários impulsionam infraestrutura
Com investimentos superiores a R$ 1 bilhão, o governo do Pará está implementando mais de 13 projetos de saneamento até 2025. Entre as principais ações, estão a construção de 59,5 quilômetros de rede de esgoto, a expansão do abastecimento de água e a urbanização de diversas áreas.
A macrodrenagem e a implantação de sistemas de drenagem e esgoto combatem alagamentos e melhoram a infraestrutura da cidade. Um exemplo é o Canal do Timbó , onde foram feitos mais de mil metros de extensão envolvendo a requalificação do canal, o asfaltamento das ruas às margens, a instalação de rede de abastecimento de água, esgoto e drenagem pluvial, além da construção de duas passarelas, uma ponte, ciclofaixa e urbanização viária.
A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) está em processo de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) UNA, que se tornará a maior estrutura de tratamento de esgoto do estado. Com a capacidade de atender aproximadamente 90 mil pessoas, a ETE UNA terá a capacidade de tratar 475 litros de esgoto por segundo. Este projeto representa um avanço significativo na expansão da rede de saneamento, beneficiando diretamente os habitantes da capital e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida na região.
Desafios históricos do saneamento em Belém
Historicamente, muitos bairros periféricos de Belém enfrentam sérios problemas de saneamento, com alagamentos frequentes e falta de infraestrutura básica.
Moradores do bairro do Marco, por exemplo, enfrentaram problemas de alagamento há décadas, o que impactava diretamente a qualidade de vida, além de criar um ambiente propício para doenças. Irineu Vieira, de 79 anos, lembrou as dificuldades que atrapalharam na região e comemorou as melhorias.
“Vivi toda a minha vida aqui e vi minha casa alagar inúmeras vezes. Agora, com as obras, isso vai acabar. Não tenho palavras para agradecer ao governo por essa transformação”, afirmou Irineu.
As obras não se limitam a um bairro. Além do Canal da Timbó, diversas intervenções estão acontecendo em outros pontos da cidade, como os canais da Bacia do Tucunduba, que atendem a mais de 300 mil pessoas. A construção de novos sistemas de drenagem e esgoto, como no Canal da Gentil, além da pavimentação e urbanização de ruas, está mudando a vida de quem mora nessas regiões.
Milton Almeida, morador do bairro, relembrou as dificuldades do passado e destacou a mudança trazida pelas obras:
“Na minha infância, a água invadia tudo, tínhamos de levantar móveis por causa das enchentes. Agora , a realidade é outra. A melhoria é visível, e a qualidade de vida é incomparável.”

COP 30: legado de infraestrutura sustentável
O legado da COP 30 vai muito além do evento. As obras de saneamento, mobilidade e urbanização estão transformando Belém em uma cidade mais limpa, segura e acessível. O governador Helder Barbalho reforça que essas melhorias beneficiarão a população por décadas: “Não estamos apenas preparando Belém para a COP 30, mas deixando uma herança de infraestrutura e qualidade de vida.”
A vice-governadora Hana Ghassan complementa: “A preparação de Belém para a COP 30 não é apenas sobre estar pronta para um evento internacional, mas garantir que a cidade se torne mais saudável, inclusiva e ambientalmente responsável. As obras de saneamento vão melhorar as condições de vida da nossa população.”
Parcerias impulsionaram o desenvolvimento de Belém
Essas transformações são resultado da parceria entre o governo do Pará, o governo federal, a Caixa Econômica Federal e outras entidades envolvidas na execução das obras, como a Itaipu Binacional. O compromisso com a sustentabilidade, infraestrutura e qualidade de vida tem sido o pilar central dessas iniciativas.
O Parque Linear da Nova Doca, com sua estrutura de drenagem e urbanização, é mais um exemplo do que está sendo realizado. Com 1,2 km de canal, o projeto envolve a construção de passarelas, ciclofaixas e sistemas de drenagem profunda, além da pavimentação de mais de 2,4 quilômetros da via. Já na Avenida Tamandaré, uma das principais vias de acesso ao centro de Belém, o foco é a melhoria da mobilidade urbana e da infraestrutura viária.
As obras incluem a pavimentação asfâltica, recuperação de calçadas e a implantação de um novo sistema de drenagem, que, inclusive, já evita os alagamentos que eram frequentes na região. A via também receberá nova sinalização e semáforos inteligentes para otimizar o fluxo de veículos e pedestres.
O governador Helder Barbalho destacou a importância dessas obras para o desenvolvimento da cidade: “Estamos investindo na modernização de áreas fundamentais para Belém. O Ver-o- Peso é símbolo da nossa cultura, a Nova Doca é um espaço de lazer e turismo, e a Avenida Tamandaré é essencial para a mobilidade. Essas obras são um legado para a população”.
Governo do Pará e BNDES promovem importantes obras de infraestrutura em Belém
O estado recebeu uma comitiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que inspecionou diversas obras de infraestrutura financiadas pelo banco em parceria com o governo do Pará. Entre as vistorias realizadas, destacaram- se os projetos nos canais do Bengui e da Marambaia, localizados na Bacia do Una, além da reestruturação viária da Rua das Rosas, que inclui terraplanagem, implantação de esgoto e sistema de drenagem.
Essas obras têm um impacto direto nos bairros do Mangueirão, Bengui, Val-de-Cans e Cabanagem, áreas interligadas por importantes vias, como a Avenida Augusto Montenegro, o Estádio Mangueirão, o Ginásio Mangueirinho e o Terminal de Integração do BRT, além da Avenida Júlio César e o aeroporto internacional de Belém. Esses projetos são fundamentais para melhorar a qualidade de vida da população da capital.
Alex Batista, gestor de projetos da Secretaria de Estado de Obras Públicas (SEOP), ressaltou a importância das intervenções, afirmando que “a reconstrução dos canais do Bengui e da Marambaia são um marco histórico na interligação modal desta região, influenciando diretamente no fluxo e na dinâmica de trânsito de Belém”. Batista também destacou que as obras envolvem infraestrutura e saneamento, além de praças públicas, que farão parte do complexo para integrar ainda mais as áreas atendidas.
Andresa Gusmão, técnica do Departamento de Gestão Pública da Diretoria Socioambiental do BNDES, afirmou, durante visita a Belém, que estão acompanhando um conjunto de obras que promovem não apenas a drenagem dos canais da Marambaia e do Bengui, mas também a urbanização dessa região. Ela também destacou a importância da requalificação da Rua das Rosas, uma via estratégica que, com a terraplanagem, esgoto, sistema de drenagem e pavimentação, promoverá uma grande melhoria na mobilidade urbana.
Ações do governo do Pará para a COP 30
Além dessas vistorias, o governo do Pará segue avançando com outras obras essenciais em preparação para a COP 30. São cerca de 30 projetos em andamento na Região Metropolitana de Belém, com foco em desenvolvimento urbano, mobilidade e saneamento, totalizando um investimento de RS 4 bilhões.
“O Parque Linear da Nova Tamandaré terá 1.344 metros e será uma grande área de lazer para a população. Nós teremos quiosques, playground para as crianças, arborização ao longo do parque e obras de infraestrutura, saneamento urbano e drenagem, que irão conter os alagamentos que antes ocorriam aqui na região”, explicou Alex Batista, destacando a relevância do projeto para a área.
Pedro Lootty, engenheiro e assessor da Diretoria Socioambiental do BNDES, ressaltou a importância dessa parceria com o governo do Pará. “A gente tem feito uma série de investimentos na cidade, não só para a COP, mas para deixar um legado para a população. São intervenções em toda a cidade, em equipamentos culturais, em infraestrutura e saneamento que vão deixar um legado para a população de Belém.”
Especialistas apontam que a ampliação da infraestrutura de saneamento não apenas reduz doenças de veiculação hídrica, como também contribui para a valorização urbana e para a preservação ambiental da Amazônia. “A universalização do saneamento é um desafio nacional, e Belém dá um passo essencial com esses investimentos”, afirma o engenheiro sanitarista João Pereira.
Com a proximidade da COP 30, a realização dessas obras reforça o compromisso de Belém em promover a sustentabilidade e a infraestrutura adequada para seus habitantes, ao mesmo tempo que se prepara para receber um dos eventos ambientais mais importantes do mundo.