“A ação dos policiais foi essencial para salvar a vida da minha neta. Porque quando eu vi ela desfalecendo nos meus braços daquele jeito foi o maior desespero da minha vida”, afirma Laura Magalhães Alves, 53 anos. A neta da mulher foi picada por um filhote de jararaca, cobra venenosa comum no Cerrado, no Altiplano Leste na segunda-feira (3/2). Apesar do susto, a garota conseguiu ser socorrida com o apoio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
O incidente ocorreu por volta das 18h20, enquanto a avó colhia seriguelas com a menina, de 5 anos. Laura relembra o momento e diz que nunca pensou que passaria por algo parecido na vida: “Ela correu gritando, dizendo que estava doendo. O pezinho dela estava sujo de lama, que tinha acabado de chover, e imaginei que era só um susto. Quando ela me mostrou o dedinho, eu vi que tinha realmente mordido ela”, conta.
O avô da criança matou a cobra, colocou a serpente em um vidro e saiu rapidamente para buscar ajuda. Durante o transporte de moto, a menina começou a desfalecer, a ficar com a boca preta e mãos geladas, além de tossir bastante. Laura se esforçou para manter a garota acordada.
Eles encontraram um familiar, que os levou de carro até um posto policial. Os policiais foram cruciais para o resgate, levando-os rapidamente ao hospital, pois o trânsito estava muito parado. “Se não fosse a ação deles, daqueles dois policiais, talvez o desfecho teria sido bem mais grave, bem pior do que o que aconteceu”, relembra a avó.
Inicialmente, a PMDF realizou o deslocamento de emergência até o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ao chegarem no local, a equipe do Batalhão de Trânsito Rodoviário (BPRv) foi orientada a levar a vítima para o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na Asa Sul. A justificativa seria a falta de pediatras na unidade de saúde.
No segundo hospital, a criança recebeu os primeiros socorros. No entanto, de acordo com informações repassadas ao Metrópoles, não havia o soro antiofídico necessário para tratar a picada da serpente em questão.
Os policiais, então, acompanharam o chefe da farmácia do hospital em um novo deslocamento, retornando ao Hran, para obter o medicamento para o tratamento da criança. Com o soro em mãos, militares e farmacêutico retornaram imediatamente ao Hmib, onde aplicaram o líquido na menina.
“Pensei que ia parar o coração da avó aqui, imaginei que ele ia parar. Chorei tanto, eu acho que eu chorei para meio mundo. Essa criança é luz de Deus na vida da gente. Não é só porque aconteceu isso não, ela é o grande amor da vida da gente”, declara-se Laura.
A criança recebeu o tratamento adequado e ficou internada para acompanhamento médico, voltando para casa na noite de quarta-feira (5/2). De acordo com os familiares, ela está se recuperando bem e já está comendo e brincando normalmente.
O pé da neta não ficou inchado e o ferimento da picada apresenta boa cicatrização. “Não tem nada nesse mundo que pague isso aí, de ver ela de volta e bem. Estamos muito felizes, muito felizes mesmo”, finaliza a mulher.
*Colaborou Larice de Paula.