Um mês depois da morte do ciclista Vitor Medrado, baleado covardemente durante o roubo de um celular, em frente ao Parque do Povo, em São Paulo, pergunto ao governador Tarcísio de Freitas: cadê os assassinos?
A polícia prendeu aquela que seria a financiadora do latrocínio, a tal “Mainha do Crime”, mas os criminosos que tiraram a vida de Vitor Medrado continuam soltos, livres para matar outros cidadãos.
A impunidade estimula o crime, e é essa obviedade a que estamos assistindo em São Paulo. A sensação de insegurança e impotência é total na cidade, porque ninguém está a salvo dos criminosos violentos que a infestam.
Hoje, a vice-consulesa da Colômbia, Claudia Ortiz Vaca, foi baleada na Avenida Nove de Julho. Dois facínoras em uma moto tentaram assaltá-la em um táxi, segundo a última versão divulgada pela Secretaria de Segurança Um policial, que estava passando pelo local, viu e atirou contra os criminosos. Um deles foi alvejado e o seu comparsa fugiu. Sobrou um tiro para a vice-consulesa, que foi operada e está estável.
É inevitável enxergar uma ameaça em cada moto com duas pessoas em cima. Aparentemente, há um padrão aí. Certamente, as autoridades de trânsito e a polícia não têm o menor controle sobre as motos em uso na cidade. A saber, quantas rodam sem placas ou com placas frias e quem são os seus verdadeiros donos.
Muitos dos facínoras fingem ser entregadores — ou uma parte deles talvez seja mesmo e aproveite a profissão para fazer um frila criminoso. Por que não propor à imensa maioria de entregadores honestos, sei lá, que ajude a polícia com informações para capturar quem sai às ruas para fazer o delivery do medo e da morte?
Não sou especialista em segurança, mas especialista em insegurança, como todos os cidadãos de São Paulo. A situação na cidade está insuportável. Nunca houve tanto medo de ser morto por causa de uma porcaria de um celular. É uma emergência, governador Tarcísio, se é que o senhor ainda não percebeu. Prender os assassinos de Vitor Medrado é vital para que acreditemos que há empenho de verdade em dar um ponto final a essa epidemia que nos tira o sono.