Hoje não tem para (quase) ninguém no Ibovespa. Com o índice caindo mais de 3% durante esta tarde, apenas cinco empresas poderão “sextar” com certa tranquilidade, já que — por enquanto — se destacam como os únicos pontinhos verdes no índice.
São elas: Carrefour (CRFB3), SLC Agrícola (SLCE3), Minerva (BEEF3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3). Isso por volta das 15h. Mas somente o Carrefour conta com uma alta mais expressiva — de mais de 10% —, na liderança da ponta positiva, enquanto o restante não passa dos 2%. Abaixo, listamos os motivos por trás disso.
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Carrefour (CRFB3) sobe mais de 10%, na liderança do Ibovespa
Em um dia como hoje, qualquer alta é para agradecer a qualquer um dos deuses, mas, no caso do Carrefour, a valorização é bem expressiva.
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O motivo por trás da valorização é que, na noite de quinta-feira (03), o Carrefour Brasil anunciou a melhora dos termos da proposta para fechar seu capital na bolsa brasileira.
A matriz francesa elevou em cerca de 10% a proposta aos acionistas minoritários, que vinham questionando a oferta de R$ 7,70 por ação, considerada muito baixa. Agora, o preço oferecido por papel é de R$ 8,50.
Na visão do JP Morgan, a operação deve ser aprovada na assembleia, que foi adiada da próxima segunda-feira (7) para o dia 25 de abril.
O Seu Dinheiro explica mais detalhes sobre isso nesta matéria.
E o que está acontecendo com o restante das ações em alta no Ibovespa?
Logo depois do anúncio sobre as tarifas adicionais de 10% dos EUA para o Brasil, alíquota mínima aplicada pelo presidente a todos os parceiros comerciais, alguns analistas já correram para ver quem poderia se salvar — ou até mesmo se beneficiar — nesse cenário.
É o caso de algumas ações que fazem companhia para o Carrefour entre os verdinhos de hoje.
Para o BTG Pactual, SLC Agrícola (SLCE3), BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3) são ações que podem se dar bem nesse cenário — e o mercado parece concordar, dadas as altas de hoje.
No caso de SLCE3, a tese dos analistas tem como base a possibilidade de a demanda chinesa por grãos mudar dos EUA para o Brasil devido à guerra comercial, já que a China é alvo de uma tarifa de 34% e já tem um histórico anterior de aumentar as importações dos grãos brasileiros.
A Minerva tem uma maior exposição à China e pode ver a demanda por seus produtos aumentarem, enquanto a BRF foi beneficiada na última guerra comercial entre os EUA e a China.
Fora isso, o Santander aponta outro motivo. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou ontem (03) dois relatórios que devem moldar o cenário para fazendeiros e frigoríficos.
O relatório trimestral de estoques de grãos foi otimista para os preços do milho e pessimista para a soja no curto prazo, enquanto o plantio prospectivo para a temporada de 2025 pintou o quadro oposto para o médio prazo. Assim, outra ação que poderia sair ganhando, na visão do banco, é a da JBS (JBSS3).
“Apesar da volatilidade de curto prazo, nossa perspectiva para o ano permanece inalterada: os preços do milho podem cair com estoques mais altos, enquanto o mercado de soja enfrenta riscos crescentes de interrupção devido aos baixos estoques. Como tal, reiteramos nossas classificações de desempenho superior para a JBS, que está líquida vendida em milho, e para a SLC, que está líquida comprada em soja”, escreve o banco em relatório.
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