Os grandes estrategistas militares da história tinham em comum o cuidado com a escolha de onde abrir uma frente de batalha. Afinal, em uma guerra, a existência de múltiplas frentes de batalha costuma ser traiçoeira. De qualquer modo, o presidente dos EUA, Donald Trump, não parece muito preocupado com isso neste início de segundo mandato.
Por si só, a guerra comercial de Trump colocou os EUA em rota de colisão contra praticamente o mundo inteiro.
No fim de semana, o novo capítulo da guerra comercial foi proporcionado pelo ex-banqueiro central e agora primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney.
Logo depois de tomar posse, Carney ordenou a revisão de um contrato por meio do qual seu país compraria 88 caças F-35 da norte-americana Lockheed Martin.
Se levada a cabo, a retaliação canadense à guerra comercial atingirá US$ 13,2 bilhões com a revisão de apenas um contrato.
De qualquer modo, Trump segue irredutível.
Na noite de domingo (16), ele reiterou a intenção de avançar com o plano de taxar produtos importados pelos EUA a partir de 2 de abril, apesar da reação negativa do mercado financeiro e do nervosismo com os impactos econômicos da guerra comercial.
Já o secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, admitiu que os EUA poderiam se engajar em negociações bilaterais depois de impor tarifas que atingiram os seus principais parceiros comerciais, inclusive o Brasil.
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Trump cala a voz da América
Outro cavalo de batalha de Trump é o serviço público federal norte-americano.
O presidente decretou nos últimos dias o desmantelamento de sete órgãos governamentais.
Entre os mais recentes alvos de Trump estavam entidades públicas federais responsáveis por financiar museus, bibliotecas, estudos acadêmicos e programas sociais para sem-teto e minorias.
Também chamou a atenção a extinção da Agência dos Estados Unidos para a Mídia Global, responsável entre outras coisas pela radiodifusão da Voz da América.
Outras guerras de Trump
As batalhas de Trump neste início de segundo mandato não são apenas retóricas ou ideológicas. Também envolvem fronts armados.
No domingo, Trump afirmou ter ordenado bombardeios a supostos alvos de guerrilheiros houthis no Iêmen.
Os ataques começaram no sábado e prosseguiam nesta segunda-feira (17).
De acordo com autoridades locais, pelo menos 53 pessoas morreram nos bombardeios, inclusive cinco crianças e duas mulheres.
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A ligação para o fim da guerra
De qualquer modo, Trump espera resolver a guerra com uma ligação — no caso, para Vladimir Putin.
Os dois devem se falar nos próximos dias para acertar um cessar-fogo na Ucrânia.
Na semana passada, norte-americanos e ucranianos concordaram em propor um cessar-fogo de 30 dias à Rússia.
Embora Putin tenha dito que apoiava um cessar-fogo, ele também estabeleceu uma lista de condições difíceis para alcançar a paz.
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