Após ser preso pela Polícia Civil do Mato Grosso do Sul (PCMS), João Augusto Borges, de 21 anos, investigado como sendo o responsável por matar a esposa e a filha de apenas 10 meses, declarou que teria “dormido melhor” após cometer o crime.
Segundo os investigadores, o homem demonstrou extrema frieza durante o interrogatório. Ele afirmou que não aceitava a separação com Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, por não querer pagar pensão alimentícia para a filha, Sophie Eugênia Borges, de 10 meses.
Ao delegado Rodolfo Daltro, ele contou que, na tarde de segunda-feira (26/5), por volta das 16h, atraiu Vanessa com a promessa de diálogo e a matou ao aplicar um golpe de mata-leão, causando esganadura. Em seguida, João Augusto assassinou, da mesma forma, a filha de 10 meses, que brincava na cama. Após tirar a vida das duas, ele tentou ocultar os corpos por meio de incêndio.
João Augusto foi preso no momento em que se dirigia à 6ª Delegacia de Polícia Civil para registrar boletim de desaparecimento das vítimas. No interior do veículo, os investigadores constataram que João Augusto carregava, em cima de uma cadeirinha de bebê, o galão utilizado para transportar o combustível, que ele usou para queimar os corpos. Ao ser questionado, ele confessou o crime.
“Aliviado”
Na delegacia, o autor disse que após matar mãe e filha, sentiu-se “aliviado”, pois seus “problemas estariam resolvidos”. Após os homicídios, o indivíduo foi trabalhar normalmente. Ao retornar, comprou um galão e R$ 16 de gasolina em um posto de combustíveis.
Em casa, embrulhou os corpos em cobertores, colocou-os no porta-malas do veículo e seguiu até um terreno localizado na região do Núcleo Industrial Indubrasil, na saída para Terenos-MS. No local, ateou fogo nos corpos. Ao delegado da DHPP, o autor afirmou ainda que, após o crime e a queima dos corpos, retornou para casa e dormiu como se nada tivesse ocorrido.
Na noite de segunda (26), a Polícia Civil foi acionada e esteve no local, juntamente à Perícia e Bombeiros e Polícia Militar, para coletar vestígios, informações e imagens de câmeras de segurança, que pudessem identificar a autoria do crime. A perícia identificou fraturas no pescoço da mulher e da criança, bem como vestígios de líquido inflamável.
Pelas imagens das câmeras de segurança foi possível visualizar um veículo suspeito circulando na região. Devido ao estado em que os corpos foram encontrados, Vanessa e Sophie só puderam ser identificadas mediante exame necropapiloscópico.
A partir disso, as diligências continuaram e João Augusto passou a ser o principal suspeito. Os investigadores apuraram ainda que o autor planejava o crime há pelo menos dois meses.
Uma testemunha, amigo do autor, revelou que ele comentava sobre matar a companheira e a filha, alegando que “ela não o deixava fazer nada de legal” e que as despesas domésticas estavam elevadas.
Diante dos fatos, o autor foi preso em flagrante pelos crimes de feminicídio qualificado e destruição de cadáver.