A amizade tem preço? Para Donald Trump, pode ser que tenha: US$ 2 bilhões. Esse é o valor que o presidente norte-americano diz que os EUA estão arrecadando por dia com as tarifas comerciais.
“Os EUA serão ricos, muito ricos de novo muito em breve”, disse Trump durante um evento nesta terça-feira (8) ao defender a política tarifária que está promovendo um estrago nos mercados globais.
Se as perdas em Wall Street e nas bolsas mundo afora não comovem o republicano, será que a perda de uma amizade comove?
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As tarifas comerciais dos EUA são o mais novo ponto de atrito entre Elon Musk e Trump — uma divergência que pode ser um teste crucial para a influência do bilionário sobre a Casa Branca.
No último fim de semana, enquanto países, empresas e investidores digeriam o tarifaço imposto por Trump, Musk defendia a criação de uma zona de livre comércio entre Europa e os EUA.
“Espero que se chegue a um consenso de que tanto a Europa quanto os EUA deveriam caminhar, idealmente, para uma situação de tarifa zero, criando efetivamente uma zona de livre comércio entre Europa e América do Norte”, disse Musk, no sábado, em um evento organizado pelo vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini.
“Esse certamente tem sido meu conselho ao presidente”, continuou.
Pelo visto, Trump não deu ouvidos ao novo melhor amigo de infância. Dias antes, o governo norte-americano anunciou tarifas de 20% sobre todas as importações da União Europeia, além dos 25% que já havia aplicado sobre aço e alumínio.
Mas amigo que é amigo não desiste. Nesta terça-feira (8), Musk tentou ser ouvido sobre a política tarifária de Trump.
Dessa vez, o bilionário mirou as críticas em Peter Navarro, um dos principais assessores da Casa Branca para o comércio — e ele não pegou leve.
“Navarro é realmente um imbecil. O que disse é falso e fácil de provar”, rebateu Musk.
A fúria do bilionário tem motivo: além de Navarro rebater as críticas de Musk à política tarifária de Trump, ele acusa o dono da Tesla de proteger interesses próprios, uma vez que as peças dos carros da empresa vêm de diversos países como México, China e Japão.
O bilionário já havia criticado o assessor comercial de Trump ao ironizar seu doutorado em Economia na Universidade de Harvard.
“Um PhD em Economia por Harvard é algo ruim, não bom”, afirmou Musk, acrescentando que Navarro nunca construiu nada”.
Coincidência ou não, um dia depois de anunciar o tarifaço, Trump também fez outro anúncio: a saída de Musk do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês).
O fim (da amizade?) ainda não tem data para acontecer, mas os funcionários do Doge já estão sendo transferidos para várias agências federais, que supostamente devem assumir a liderança na redução de custos federais.
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