A reação dos investidores ao prejuízo da Americanas (AMER3) no primeiro trimestre de 2025 não poderia ser outra: as ações das varejista estão sendo castigadas na bolsa nesta quinta-feira (15), com queda de mais de 8% — um desempenho que leva a uma perda de 15% no acumulado no ano.
A varejista, que enfrenta uma recuperação judicial na esteira do rombo bilionário, teve prejuízo de R$ 496 milhões entre janeiro e março deste ano, revertendo um lucro líquido de R$ 453 milhões no mesmo período do ano anterior.
Vale lembrar que o primeiro trimestre marca o período de dois anos da fraude na varejista, período no qual a ação AMER3 amargou uma queda de 99,5%.
Mas, segundo o CEO da Americanas, é questão de tempo para o pior ficar para trás.
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Falando em teleconferência mais cedo, Leonardo Coelho, disse que o ano 2025 está marcando a passagem da Americanas de uma empresa em reestruturação para uma em crescimento.
“Com o tempo, olhamos mais para o negócio e menos para as distrações da recuperação judicial”, afirmou.
O executivo reafirmou que a varejista se posiciona como um “varejo simples e que resolve a vida das pessoas onde elas queiram comprar”.
“Seguimos no caminho no qual nossas lojas físicas são o coração do nosso negócio”, acrescentou.
Por volta de 16h15, as ações da Americanas caíam 8,36%, cotadas a R$ 5,26. No mesmo horário, o Ibovespa tinha alta de 0,52%, aos 139.136,27 pontos.
O coelhinho da Páscoa foi o vilão da Americanas no 1T25
O prejuízo líquido de R$ 496 milhões da Americanas no primeiro trimestre deste ano reflete, entre outros fatores, a ausência da Páscoa, que caiu em abril e não em março como em 2024 — a Páscoa é um evento tão importante quanto o Natal para a varejista.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 20 milhões, revertendo o ganho de R$ 243 milhões registrado no mesmo período de 2024.
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A conta considera o pagamento de aluguéis, mas sem esse ajuste, o indicador ficou negativo em R$ 35 milhões e também reverteu o desempenho positivo reportado um ano antes, de R$ 1,3 bilhão.
A receita líquida da Americanas totalizou R$ 3,058 bilhões entre janeiro e março deste ano, uma queda anual de 17,4%.
Já o volume bruto de mercadorias (GMV) — uma métrica importante para o varejo — somou R$ 4,1 bilhões no período, uma retração de 24,8% ante igual período de 2024. O canal físico fechou o trimestre com R$ 3,1 bilhões, um recuo de 21,1%, enquanto o digital somou R$ 360 milhões e uma contração de 60,9%.
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