Em mais um capítulo da novela – aparentemente inacabável – da sua abertura de capital, a Shein provavelmente vai ter que baixar as expectativas se quiser começar a negociar as ações na bolsa de Londres ainda neste ano.
Melhor dizendo: a varejista chinesa deve ter que reduzir o valuation para perto de US$ 50 bilhões para conseguir o sonhado IPO (oferta pública inicial). A última rodada de captação de recursos em 2023 tinha avaliado a empresa em US$ 66 bilhões.
As informações foram apuradas pela Reuters com três fontes anônimas que estão por dentro das negociações.
Os desafios enfrentados pela companhia não são exatamente surpreendentes para o mercado. A Shein falhou em tocar o sino em Nova York e foi por este motivo que cruzou o Atlântico para tentar a sorte na Terra da Rainha.
A sorte ainda não veio.
E agora, a empresa deve enfrentar ainda um outro “vilão” na novela: as novas políticas de Donald Trump.
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O presidente anunciou que encerraria a isenção de tarifas “de minimis” nos Estados Unidos, que permitia que as remessas de até US$ 800 não pagassem impostos ao entrarem no território americano.
Esta foi uma das regras de importação que ajudou a Shein a manter os preços baixos e ganhar relevância no varejo on-line – um fenômeno semelhante ao que aconteceu no Brasil, antes da “taxa das blusinhas”.
- Juntas, a Shein e a concorrente Temu representaram mais de 30% de todos os pacotes enviados para os EUA diariamente sob a regra de minimis, disse o comitê do Congresso dos EUA sobre a China em um relatório de 2023.
O fim da medida pode prejudicar a lucratividade da varejista e aumentar os preços dos seus produtos nos EUA, o maior mercado da empresa, disseram analistas e especialistas da indústria.
A eventual avaliação do IPO dependerá do impacto do fim da isenção de minimis nos negócios, afirmou uma das fontes da Reuters.
Na ‘mira’ da União Europeia?
Nesta quarta-feira (5), a União Europeia (UE) anunciou que pretende investigar se as plataformas chinesas estão vendendo produtos perigosos ou que violam as leis do bloco.
Para isso, a Comissão Europeia, braço executivo da UE, quer introduzir uma reforma alfandegária que levaria as plataformas a entregarem dados sobre os produtos que vendem para a UE, o que daria às autoridades mais supervisão dos pacotes que chegam à região.
A proposta também inclui a introdução de uma vigilância coordenada com as autoridades alfandegárias nos países-membros para remover produtos não conformes do mercado.
* Com informações da Reuters.
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