Wall Street foi do céu ao inferno com Donald Trump. A eleição do republicano em novembro do ano passado, levou a bolsa de Nova York às máximas, mas a realidade mudou quando ele chegou à Casa Branca e anunciou uma série de tarifas sobre parceiros comerciais. O mercado passou a temer que a maior economia do mundo estivesse a caminho da recessão e entrou em uma liquidação pesada.
O que se viu depois, além da forte queda das ações, foi um forte ajuste de posições, com fundos de hedge fazendo alertas sobre o fim da exuberância da bolsa norte-americana e grandes bancos mudando a estratégia de ativos globais para a compra de China.
Nesta quarta-feira (19), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), jogou luz sobre esse cenário. Enquanto explicava a decisão de manter os juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano e de seguir com a previsão de dois cortes da taxa em 2025, ele falou sobre a possibilidade de os EUA entrarem em recessão.
Ele admitiu que sempre existe uma “possibilidade incondicional de recessão”, mas afirmou que a economia norte-americana continua saudável ainda que em desaceleração.
“Sempre há uma possibilidade incondicional de recessão. As probabilidades de recessão aumentaram um pouco, mas em níveis relativamente moderados”, afirmou.
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EUA: a lua de mel de Trump com o mercado acabou?
Na semana passada, vários bancos aumentaram as projeções que indicam chances de recessão nos EUA neste ano.
Powell, no entanto, afirmou hoje que a probabilidade de a economia dos EUA encolher são “extremamente baixas”.
“Mudou, mas não é alta”, reforçou.
Economistas do JPMorgan aumentaram na semana passada o risco de uma recessão em 2025 para 40% — acima dos 30% do começo do ano.
“Vemos um risco material de que os EUA entrem em recessão neste ano devido às políticas extremas dos EUA”, escreveu uma equipe liderada por Bruce Kasman.
O time do Goldman Sachs liderado por Jan Hatzius disse no início do mês que aumentou de 15% para 20% a chance de recessão nos EUA em 12 meses.
O banco observou que a previsão pode aumentar ainda mais se o governo Trump permanecer “comprometido com suas políticas, mesmo diante de dados muito piores”.
Os economistas do Morgan Stanley liderados por Michael Gapen reduziram as previsões de crescimento econômico para os EUA e aumentaram as expectativas de inflação — um combo indesejado.
O banco espera um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% em 2025 e 1,2% em 2026, abaixo das estimativas anteriores. Hoje, o Fed projetou o PIB dos EUA para este ano em 1,7%, abaixo da estimativa de dezembro de 2,1%.
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