No universo da corrida, o sprint é o treino em que a atleta corre na velocidade máxima, intercalando com pequenas pausas. O presidente dos EUA, Joe Biden, está longe de ser um atleta, mas deu seu sprint nesta quarta-feira (15) ao anunciar o cessar-fogo entre Israel e Hamas.
A guerra dura 15 meses e inflamou uma região rica em petróleo — que disparou algumas vezes durante o enfrentamento, com os investidores temendo quebra na produção se o conflito se espalhasse pelo Oriente Médio.
Falando na Casa Branca, Biden disse que o acordo seria implementado em três fases, começando no domingo, 19 de janeiro — um dia antes da posse de Donald Trump como presidente dos EUA.
Vale lembrar que o republicano prometeu que haveria “um inferno a pagar” a menos que o Hamas libertasse os reféns israelenses até que ele assumisse o cargo.
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Israel x Hamas: as três fases da trégua
Biden explicou que a primeira fase do acordo inclui um cessar-fogo total e a retirada das forças israelenses das áreas povoadas de Gaza.
Além disso, haverá a libertação pelo Hamas de muitos dos reféns feitos durante os ataques de 7 de outubro de 2023, com prioridade de feridos, idosos e mulheres. Em troca, centenas de prisioneiros palestinos ficarão livres.
A primeira fase contará ainda com a permissão de os palestinos retornarem às suas casas em Gaza — muitas das quais foram destruídas durante o último ano e meio de combates.
Segundo o presidente norte-americano, o retorno de civis será acompanhado por um aumento na ajuda humanitária a Gaza.
A expectativa é de que a fase inicial dure seis semanas — tempo que os negociadores usarão para finalizar o que Biden chamou de “um fim permanente da guerra”.
No entanto, caso as negociações exijam mais de seis semanas, o presidente dos EUA disse que o cessar-fogo temporário permanecerá em vigor.
Quaisquer reféns vivos restantes serão libertados durante esta segunda fase.
Da mesma forma, os soldados israelenses se retirarão das áreas restantes de Gaza durante esse período, e “o cessar-fogo se tornará permanente”, de acordo com Biden.
A fase final do acordo envolverá o retorno pelo Hamas dos restos mortais de quaisquer reféns que tenham sido mortos, bem como a implementação de um plano de reconstrução de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel postaram uma mensagem relacionada ao acordo no X, dizendo: “Asas da Liberdade é o nome dado aos preparativos da FDI para o retorno dos reféns”.
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Biden anuncia acordo, mas Trump também estava lá
Na reta final do mandato, Biden falou sobre o trabalho para se chegar à trégua temporária e lembrou que caberá a Trump a tarefa de colocar a maior parte do acordo em prática.
“Enquanto me preparo para deixar o cargo, nossos amigos são fortes, nossos inimigos são fracos e há uma oportunidade genuína para um novo futuro”, disse Biden.
A gestão democrata não esteve sozinha nessa frente. Trump mandou representantes para as últimas rodadas de negociações entre Israel e o Hamas.
O acordo, no entanto, foi baseado em uma estrutura que a administração Biden apresentou em maio, segundo o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
O senador Marco Rubio vai substituir Blinken como chefe da diplomacia dos EUA na gestão de Trump. Quando a trégua foi anunciada, Rubio estava na audiência do Senado para sua confirmação no cargo.
Quando soube do cessar-fogo, o senador destacou a escolha de Trump para enviado ao Oriente Médio, Steve Witkoff, nas negociações.
“Todos os envolvidos merecem crédito pelo cessar-fogo que o presidente [do comitê do Senado] acaba de anunciar”, disse Rubio. “Mas Steve Witkoff tem sido um componente crítico disso, e está envolvido desde o primeiro dia.”
Witkoff ainda não é um enviado oficial do governo dos EUA, e assumirá o cargo somente após Trump tomar posse no dia 20 de janeiro.
*Com informações da Reuters e da CNBC
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