Aconselhado a comparecer ao Congresso Nacional para dar explicações sobre o escândalo do INSS, o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) deve adotar algumas estratégias para se blindar das acusações de omissão no esquema.
Como o Metrópoles mostrou, Lupi deve ser ouvido e questionado por parlamentares nesta terça-feira (29/4), na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
A coluna apurou que o ministro levará documentos que comprovam que o esquema teria começado em 2019, durante o governo do presidente Michel Temer (MDB).
A ideia é que o auxiliar de Lula utilize o discurso defendido pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, de que é o atual governo que está tentando apurar e combater as fraudes nos benefícios do INSS.
Ainda segundo interlocutores, antes mesmo de ser questionado, o ministro vai argumentar que o ministério sempre tentou agir para acabar com o esquema.
Como a coluna mostrou, o ministro recebeu orientações de aliados, que avaliam que Lupi precisa para tentar “controlar a narrativa” da crise.
A operação
A Polícia Federal cumpriu mais de 200 mandados de busca e apreensão e seis prisões na Operação Sem Desconto, que investiga entidades por descontos fraudulentos. Ao todo, elas arrecadaram R$ 6,3 bilhões com mensalidades cobradas dos aposentados.
O caso revelado pelo Metrópoles levou ao afastamento judicial do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros integrantes da cúpula do órgão.