Com a onda de pessimismo recente, que tem derrubado muitas ações na bolsa, comecei a notar uma tendência curiosa nos últimos dias.
Muitas empresas (muitas, mesmo!) têm anunciado programas de recompra de ações, como você pode notar na imagem abaixo.
Além dessas, ainda tivemos anúncios de recompra da Cury, Direcional, CCR, BTG Pactual, Cosan, Cyrela, Rede D’or…
Mas o que isso significa, e por que você deveria ficar um pouco mais otimista com todos esses programas de recompra?
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Por que empresas abrem programas de recompra?
As empresas podem usar o dinheiro que está sobrando para fazer uma dessas três coisas: distribuir dividendos, investir em crescimento ou recomprar suas ações. A escolha dependerá do retorno esperado de cada alternativa.
Por exemplo, se as ações de uma empresa estão caras e não há muitas oportunidades de aquisições, ela tende a distribuir o dinheiro na forma de dividendos.
Se, por outro lado, existirem grandes oportunidades de expansão do próprio negócio, ela vai segurar os dividendos e investir em crescimento.
Esses são os cenários mais comuns, mas há um terceiro, menos óbvio. Se as ações estiverem negociando por preços muito baixos, a companhia pode entender que recomprá-las é o melhor investimento.
Então, a decisão do que fazer com o dinheiro “sobrando” deveria seguir mais ou menos o fluxograma abaixo:
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Um detalhe importantíssimo
Como já deu para entender, recompras indicam que as ações estão baratas. Mas há um aspecto muito importante nessa decisão: ela é feita justamente pelas pessoas que mais entendem do negócio.
Isso porque quem decide se chegou a hora de usar o dinheiro da companhia para recomprar as ações são justamente os donos ou executivos das empresas, que têm “informações privilegiadas” sobre os resultados futuros.
E quando empresas anunciam programas de recompra na bolsa, esse é um sinal de que as ações estão ficando bem baratas.
Que fique claro: isso não significa que as ações vão parar de cair, até porque o humor continua ruim. Mas esse é um sinal importante para o investidor focado em construir uma carteira de ações para o longo prazo.
O problema é que a maioria dos investidores faz justamente o contrário. Vende ações no pior momento, quando as empresas estão comprando, e volta para o mercado quando os valuations estão absurdos, e essas mesmas empresas agora estão vendendo ações em IPOs, follow-ons, etc.
Lembre-se que os executivos são quem melhor conhecem o negócio, e normalmente você deveria estar do mesmo lado deles, não na ponta contrária.
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Foco nas pagadoras de dividendos
Se não ficou claro, não é hora de vender suas ações, mesmo que elas estejam sangrando. Mas também não é para comprar qualquer porcaria.
Com a Selic “perigando” voltar para 15% ao ano, é preciso ter empresas boas, baratas, com pouca dívida e pagadoras de dividendos, exatamente o perfil da nossa Carteira de Dividendos, que está com um retorno bem melhor que o Ibovespa neste mês ruim de bolsa.
Aliás, boa parte desse desempenho se deve às ações da B3 (B3SA3), que foi uma das empresas que anunciou um programa de recompra em dezembro.
Se quiser conferir a lista completa de forma gratuita, deixo aqui o convite.
Um abraço e até a próxima semana,
Ruy
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