Quando um não quer, dois não brigam. Ao que parece, a China — que lida com uma crise interna — não estava disposta a travar batalha contra os EUA agora. Mas o ditado também diz que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura e Pequim oficializou a guerra comercial com Washington na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nesta quarta-feira (5), a China formalizou uma queixa sobre as tarifas de 10% anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, no final de semana.
Pequim alega que as medidas tarifárias dos EUA violam as obrigações em relação ao status de nação mais favorecida, com base nas normas da entidade de comércio global.
“A imposição unilateral de tarifas pelos EUA é uma violação grave das regras da Organização Mundial do Comércio. Não só não ajuda a resolver seus próprios problemas, como também prejudica a cooperação e o comércio normais entre a China e os EUA”, diz um comunicado chinês divulgado ontem (4), quando as tarifas norte-americanas passaram a valer.
A nota também descrevia a ação como “um exemplo típico de unilateralismo e protecionismo comercial”.
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O que acontece agora?
Ao contrário do que possa parecer, os EUA não serão forçados imediatamente a retirar as tarifas de 10% contra a China.
A apresentação da queixa por Pequim inicia uma disputa oficial entre as duas maiores economias do planeta no âmbito da OMC.
Nos próximos 60 dias, serão realizadas consultas com as duas partes para discutir o assunto e buscar uma solução satisfatória sem a necessidade de um litígio.
Se não houver acordo no período com os EUA, a China poderá solicitar a decisão de um painel sobre a legalidade das tarifas ou a opção de retaliação.
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O tarifaço de Trump e a resposta da China
Assim como aconteceu no primeiro mandato de Trump, China e EUA dão início a uma guerra comercial, com a imposição de uma série de tarifas.
O primeiro passo nessa direção foi dado pelo presidente norte-americano, que determinou taxas de 10% sobre todas as importações da China para os EUA.
Trump alega que as tarifas em cima de produtos chineses são uma resposta ao déficit comercial com Pequim e uma forma de forçar os chineses a interromper o fluxo da droga fentanil para os EUA.
A China, que demonstrou interesse em negociar para evitar as tarifas, acabou anunciando em seguida uma série de tarifas sobre produtos norte-americanos.
As tarifas chinesas incluem um imposto de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, bem como uma taxa de 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas, caminhonetes e alguns carros de luxo.
*Com informações da BBC
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