O setor de criptomoedas está passando por uma revolução – e não apenas pelas recentes aprovações de ETFs de bitcoin (BTC) e outras criptomoedas nos Estados Unidos ou pela integração cada vez mais sofisticada com a inteligência artificial.
Conforme revela um relatório da Kaspersky, os riscos de segurança também se intensificaram: atividades criminosas na dark web, especialmente focadas no roubo de carteiras digitais, subiram 135% nos últimos dois anos.
Não é surpresa que o setor cripto seja alvo de hackers. Um caso emblemático que mudou a percepção dessa ameaça ocorreu em 2014, quando a Mt.Gox, então a maior corretora de bitcoin do mundo, declarou falência após perder cerca de 850 mil tokens.
Desde então, o mercado evoluiu significativamente, e os criminosos desenvolveram técnicas cada vez mais avançadas para atingir seus alvos.
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Carteiras digitais na mira
Observadores da Kaspersky apontaram que o número de tópicos únicos dedicados aos
drainers — vírus especializados no roubo de criptomoedas — aumentou de 55 em 2022 para 129 em 2024.
Os desenvolvedores dessas tecnologias focaram na adição de compatibilidade com novos ativos relacionados a criptomoedas, como moedas emergentes, tokens e NFTs e pela primeira vez, foi identificado um desses programas projetado para infectar dispositivos móveis.
“Os entusiastas de criptomoedas precisam estar mais alertas do que nunca e adotar medidas de segurança robustas. A grande valorização do bitcoin em 2024, junto ao evento do halving tem tornado as criptomoedas um alvo atrativo dos criminosos. Os drainers costumam empregar táticas de engenharia social para roubar cryptos e exploram marcas reconhecidas de carteiras e corretoras para atrair vítimas e fazê-las revelar informações de suas carteiras, ou mesmo realizar transações fraudulentas”, comenta, em nota, Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
Novas técnicas, alvos e ameaças
Novas técnicas de infiltração também surgiram, e o vazamento de dados atingiu novos recordes. Sistemas da Nokia, da Ford e de vários clientes da Cisco, incluindo a Microsoft, tiveram sua segurança violada. O relatório da empresa de cibersegurança aponta um aumento de 40% nos anúncios de venda de bancos de dados corporativos em 2024.
Parte desse aumento deriva de um crescimento significativo na popularidade de cryptors — ferramentas usadas por hackers para esconder códigos maliciosos, como vírus e ransomware.
Além da implementação de soluções inovadoras para burlar novas medidas de segurança dos computadores, essas ferramentas podem ser encontradas na dark web no modelo de assinatura mensal por US$ 100 ou até mesmo US$ 20 mil por assinaturas privadas premium.
O ecossistema de programas maliciosos acaba se comportando como um mercado próprio. Malware loaders — aplicativos especializados na infiltração de dispositivos para, em seguida, instalar outros vírus mais perigosos — continuaram a se desenvolver em 2024 e podem ser encontrados em diferentes níveis de especialização, podendo alcançar milhares de dólares.
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A batalha pela segurança das criptomoedas
Apesar do avanço das atividades criminosas, 2024 também registrou vitórias significativas contra hackers. A operação ‘Cronos’, que derrubou o LockBit – uma das maiores gangues de cibercrime do mundo –, interrompeu uma série de ataques globais.
Além disso, a queda do BreachForums, plataforma de troca de dados roubados, e a prisão de membros do WWH Club, um dos maiores mercados da dark web, marcaram um esforço coletivo no combate a esses agentes maliciosos.
No entanto, o embate no campo digital continua. Enquanto os investidores precisam redobrar a atenção ao instalar aplicativos e compartilhar informações, especialistas da Kaspersky recomendam que as empresas monitorem ativamente os canais de comunicação usados por criminosos.
Essa vigilância é essencial para identificar sinais de ameaças aos ativos corporativos e agir de forma proativa na mitigação de riscos, diz a empresa de cibersegurança.
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