Uma empresa de contabilidade especializada em campanhas políticas superou nas eleições municipais de 2024 os tradicionais ganhos milionários de marqueteiros.
Aberta em 2016 e desde então uma frequente fornecedora de campanhas políticas, a Essent Jus faturou R$ 17,8 milhões por serviços prestados a 2 mil clientes, entre partidos e candidatos do país inteiro.
A empresa só foi superada em faturamento eleitoral pelo Facebook (R$ 130 milhões) e por duas plataformas que recebem pagamentos por impulsionamento de conteúdos nas redes sociais, a Dlocal (R$ 59,3 milhões) e a Adyen (R$ 22,4 milhões).
A lista de clientes da Essent é suprapartidária. Contrataram os serviços do escritório os diretórios nacionais de PL e PT, além de partidos de centro como MDB, PSD e União Brasil.
O cliente mais expressivo da empresa foi a direção nacional do MDB, que pagou R$ 13,5 milhões à empresa em agosto, valor correspondente a 76% da bolada faturada pela Essent. O PL gastou R$ 350 mil ao escritório, o PT desembolsou R$ 250 mil, o PSD gastou R$ 200 mil e o União, R$ 117,3 mil.
Diretórios estaduais também compõem a lista de clientes da firma. O Novo do Paraná pagou R$ 240,5 mil à Essent, que recebeu R$ 121,4 mil do PP paranaense, R$ 79 mil do PSDB do Rio Grande do Sul e R$ 60 mil da Rede Sustentabilidade do Amapá.
Entre os candidatos a prefeituras de capitais, estão entre os contratantes do escritório contábil Assumção, do PL em Vitória (R$ 105,8 mil); Maria do Rosário, do PT em Porto Alegre (R$ 49,8 mil); e Maria Victoria, do PP em Curitiba (R$ 27,9 mil).
Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral, antes de ter recebido R$ 17,8 milhões nas eleições de 2024, a empresa faturou R$ 7,7 milhões em 2022; R$ 4,1 milhões em 2020; R$ 1,5 milhão em 2018; e R$ 192,6 mil em 2016.
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