Se promessa é dívida, a Argentina cumpriu com o prometido nesta quinta-feira (9). O governo de Javier Milei quitou US$ 4,36 bilhões em obrigações que expiravam nesta quinta-feira (9), no maior pagamento desde a reestruturação da dívida do país, em 2020.
Segundo o Financial Times, o montante foi pago a detentores de papéis soberanos. A operação foi confirmada pelo secretário de Finanças da Argentina, Pablo Quirno, no perfil do X.
O total pago hoje pela Argentina inclui US$ 3,7 bilhões destinados a credores privados, com o restante sendo repassado a entidades públicas que possuem títulos da dívida do país.
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Como a Argentina pagou essa dívida
O governo argentino adquiriu os dólares necessários para esse pagamento utilizando o superávit fiscal obtido no ano passado, resultado do rigoroso pacote de austeridade implementado por Milei.
No total, são US$ 6 bilhões depositados no Banco Central da Argentina e quase US$ 1 bilhão em uma conta nos Estados Unidos, no Bank of New York Mellon — ou seja, um montante suficiente para pagar não só as parcelas de janeiro, mas também boa parte das de julho.
O mercado financeiro ficou otimista e esse sentimento se reflete no risco-país da Argentina, que está abaixo de 600 pontos-base — um nível que não era visto desde 2018.
O governo de Milei acredita que os credores da Argentina usarão parte do pagamento para recomprar dívida soberana — isso poderia repercutir no aumento dos preços locais, o que ajudaria a reduzir ainda mais o risco-país.
Uma ARGENTINA FORTE pode PREJUDICAR os BRASILEIROS?
Um novo ano, uma nova Argentina?
O governo de Milei tem feito uma série de anúncios econômicos positivos nos últimos dias.
Esses anúncios ajudaram a dissipar, pelo menos por enquanto, as incertezas que surgiram em dezembro sobre, entre outras questões, a queda dos preços das commodities agrícolas e a confirmação de que os juros internacionais permanecerão altos em 2025.
Além do fato de que o Tesouro da Argentina já comprou quase todos os dólares necessários para cumprir com os pagamentos da dívida do ano, o governo também confirmou que um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) está avançando e, mais recentemente, o Banco Central realizou operação de recompra passiva, ou repo, a uma taxa de um dígito.
Esses anúncios aumentam as expectativas de que a economia argentina pode crescer 5% este ano, a recuperação do poder de compra continuará e a inflação continuará desacelerando.
*Com informações do La Nación
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