O fundo imobiliário Tordesilhas EI (TORD11) entrou na mira da B3 novamente. O FII vem causando dor de cabeça desde outubro, quando passou a ser cotado abaixo de R$ 1,00. Agora, após a bolsa brasileira exigir que o fundo tomasse medidas para a correção do valor, a administradora Vórtex anunciou que quer realizar um grupamento de cotas.
Segundo o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta segunda-feira (6), será realizada uma assembleia geral ordinária até o dia 30 de abril para que os cotistas decidam sobre a realização da operação.
Já a proposta e os detalhes das proporções do grupamento de cotas serão divulgados na convocação da assembleia, que está programada para ocorrer em 20 de março.
Ainda segundo o documento, a B3 cobrou ainda em dezembro que o fundo divulgasse medidas para que as cotas voltassem ao patamar igual ou superior a R$ 1,00.
A bolsa brasileira ainda cita que o TORD11 opera abaixo do valor desde 30 de outubro, o que descumpre com o artigo 46º do regulamento de emissores.
O anúncio não parece ter agradado os cotistas. O fundo abriu o pregão desta terça-feira (7) em queda de quase 10%. Por volta das 12h30, TORD11 caía 8,51%, a R$ 0,86.
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Por que as cotas TORD11 caíram tanto?
A queda das cotas do TORD11 a partir de outubro foi acompanhada de uma série de críticas e denúncias realizadas pelos cotistas à CVM.
A insatisfação com o fundo veio após a venda de resorts por valores muito abaixo do que o investido, gerando um prejuízo milionário e levantando questionamentos sobre falta de transparência do FII.
Em setembro, o TORD11 comunicou, via relatório gerencial, que uma empresa detida pelo fundo, a Land Tordesilhas, havia negociado as propriedades Resort do Lago por R$ 4,6 milhões e Kawana Residence por R$ 5,4 milhões.
Porém, ainda segundo o relatório, os imóveis, localizados em Caldas Novas, Goiás, custaram R$ 79,19 milhões e R$ 38,38 milhões ao fundo, respectivamente.
Além da cifra inferior, o FII ainda aceitou receber uma entrada de 10% do preço negociado à vista e o restante em 24 parcelas mensais corrigidas pelo IPCA.
Ainda em outubro, o TORD11 explicou por que realizou a operação por montantes tão inferiores. O Seu Dinheiro contou essa história aqui.
Não é de hoje: sem dividendos há quase dois anos
No entanto, as dificuldades do fundo TORD11 vêm se estendendo há ainda mais tempo.
Isso porque o fundo também possui Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) no portfólio e, com um cenário de alta de juros, as companhias passaram a apresentar dificuldades para honrar os pagamentos.
Com a inadimplência, alguns dos títulos precisaram ser renegociados, com concessão de novos waivers e extensão da carência do pagamento de juros e amortização.
Dos oito CRIs em que o fundo investe, quatro foram reestruturados, segundo informações do relatório gerencial de outubro de 2024.
Com os desafios enfrentados pela carteira, o Tordesilhas EI não paga dividendos desde março de 2023.
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