O Brasil começa 2025 com uma responsabilidade e tanto: pela quarta vez, o país vai liderar o grupo dos Brics.
Formado originalmente também pela Rússia, Índia, China e África do Sul, o grupo vive um momento de expansão importante. Em 2024, o Brics passou a contemplar também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
O ritmo de crescimento segue no novo ano, com a entrada de Cuba, Bolívia, Indonésia, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, segundo informações da agência estatal russa Tass. Em 2024, foi a Rússia a ocupar a presidência.
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Durante os 12 meses de mandato, o Brasil será responsável por organizar e coordenar as reuniões com os líderes dos países membros. Estão previstas mais de 100 reuniões em Brasília entre os meses de fevereiro e julho. Em julho, o Rio de Janeiro também deve receber a Cúpula dos Brics.
Entre os objetivos principais do grupo, estão a cooperação econômica e articulação político-diplomática dos países considerados como “Sul Global”.
Além disso, o grupo também visa reforçar práticas de desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social nas nações-membro.
Vale lembrar que, neste ano, o Brasil também irá sediar a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025).
Considerado um dos eventos mais importantes do mundo para tratar da pauta ambiental, a conferência acontece em um local chave: nas proximidades da Floresta Amazônica, na cidade de Belém.
Qual será o papel do Brasil na presidência do Brics?
Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, a agenda brasileira na presidência terá cinco pontos prioritários, segundo comunicado oficial:
- 1) Facilitação do comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento;
- 2) Promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento;
- 3) Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30;
- 4) Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública;
- 5) Fortalecimento institucional do BRICS.
Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador Eduardo Saboia, representante do Brasil no Brics, falou sobre a importância do agrupamento para a conjuntura mundial
“Se você quer construir um mundo melhor, um mundo sustentável, o Brics tem que ser parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda você a alcançar um entendimento mais amplo [com outros países].”
O drama da moeda
Uma das metas na agenda do Brics, no entanto, pode enfrentar turbulências no caminho: a de “facilitar o comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento.”
Apesar de não deixar claro exatamente como essa agenda se desenvolverá, vale ressaltar que a moeda comum do Brics já é discutida há um tempo.
Em agosto de 2023, o presidente Lula afirmou que queria “criar uma moeda para fazer negócio sem precisar comprar dólar.”
Quem não é muito a favor dessa proposta é Donald Trump, que assume novamente a presidência dos Estados Unidos neste 20 de janeiro.
“Acabou a ideia de que os países do Brics vão tentar se afastar do dólar enquanto ficamos parados, só assistindo”, escreveu o presidente eleito, na rede social Truth Social, no começo de dezembro.
Trump ameaçou impor tarifas de 100% caso o grupo prossiga com a ideia de criar uma moeda comum ou mesmo se apoiar outra moeda que prejudique a dominância do dólar. “E também podem dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”, acrescentou.
* Com informações da Agência Brasil.
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