Em uma semana na qual o dólar voltou a quebrar recordes — a moeda norte-americana encerrou o pregão de ontem R$ 5,0708, renovando novamente o maior valor nominal de fechamento da história — companhias expostas à divisa lideraram tanto a lista de ações com as maiores altas quanto a de maiores quedas do Ibovespa no período.
A ponta positiva ficou com a BRF (BRFS3), que saltou 14,15% nos últimos cinco dias. Frigorífico que exporta produtos para o mercado externo, a companhia tende a ter um incremento nas receitas com o dólar mais alto.
“O valor da maioria dos exportadores de proteínas e empresas com operações no exterior (Minerva, JBS e BRF) deve ser impactado positivamente, pois depreciamos as previsões de câmbio em nossos modelos”, diz um relatório do BTG Pactual publicado na semana passada.
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Outras companhias expostas ao mercado internacional também aparecem na lista. As ações da Ambev (ABEV3), por exemplo, ficaram com a prata da semana após subirem 11,7%. De acordo com BTG, a fabricante de bebidas pode sentir um aumento nos custos com o dólar mais alto.
Mas esse impacto “deve ser mitigados pelo fato de que ela gera cerca de 43% das vendas em países além do Brasil, o que implicaria um efeito positivo ao traduzir esses números para a moeda brasileira”.
A SLC Agrícola (SLCE3) ocupou a última vaga do “top 5” da semana com alta de 6,6%. Ainda segundo o relatório do BTG, a companhia é uma das empresas do agrop que se beneficiaria mais da depreciação do Real devido às suas pesadas receitas em dólar.
Confira as maiores altas do Ibovespa na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO |
BRFS3 | BRF ON | 14,15% |
ABEV3 | Ambev ON | 11,70% |
B3SA3 | B3 ON | 7,24% |
BRAV3 | Brava Energia ON | 6,89% |
SLCE3 | SLC Agrícola | 6,66% |
Ações sensíveis ao dólar e ao consumo dominam lista de maiores quedas da semana
Já a ponta negativa do índice foi liderada pelas empresas mais sensíveis à alta do dólar e também à escalada dos juros futuros, que indica que as taxas devem permanecer elevadas por mais tempo e impactar o consumo das famílias.
A CVC (CVCB3), cuja a operação principal de turismo é diretamente afetada pelo elevação dos custos para viagens, especialmente para o exterior, despencou 14%.
Outro exemplo na lista é a Azul (AZUL4), que caiu 9,33% na semana. Os custos despesas das companhias aéreas costumam estar diretamente atrelados ao dólar, portanto a elevação da moeda pressiona as margens já apertadas do setor.
Confira as cinco maiores quedas do Ibovespa na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
CVCB3 | CVC ON | -14,17% |
YDUQ3 | Yduqs ON | -10,38% |
AZUL4 | Azul PN | -9,33% |
HAPV3 | Hapvida ON | -8,52% |
PCAR3 | GPA ON | -8,33% |
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