A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu vice na chapa das eleições de 2022, o general Braga Netto, no inquérito que investiga a tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Além deles, o General Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Valdemar da Costa Neto também foram indiciados pelos mesmos crimes. Outras 30 pessoas também foram indiciadas, segundo o relatório da PF.
Bolsonaro também é investigado pela Polícia Federal no caso das joias sauditas, revelado pelo Estadão em março do ano passado, e pela possível fraude no cartão de vacina do ex-presidente.
O indiciamento ocorre no inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
O tema tomou as redes sociais nesta semana após a prisão de militares e “kids Pretos” na investigação sobre a tentativa de assassinato de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
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Próximos passos do inquérito de Bolsonaro na Polícia Federal
O relatório final do inquérito, que tem mais de 800 páginas, foi concluído no início da tarde de hoje e será entregue ao STF. Assim, caberá à Procuradoria Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados e à Corte e, por fim, julgar os envolvidos.
As penas previstas para o caso são de 4 a 12 anos de prisão na investigação sobre golpe de Estado, 4 a 8 anos de prisão por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de 3 a 8 anos de prisão por integrar organização criminosa.
Deputados e senadores governistas que participaram da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pretendem usar uma audiência da Comissão de Defesa da Democracia (CDD) do Senado, na próxima quarta-feira (27), para cobrar o procurador geral da República, Paulo Gonet, pela lentidão para analisar inquéritos contra Bolsonaro.
Mais cedo, Lula agradeceu por estar vivo depois das revelações da Polícia Federal (PF) de que havia um plano para matá-lo. “A tentativa de envenenar a mim e ao Alckmin não deu certo, estamos aqui”, disse em evento no Palácio do Planalto.
O que dizem as partes
Durante o discurso na solenidade de criação do “Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária”, Lula afirmou ainda que a única coisa que quer quando terminar o mandato é desmoralizar “com números aqueles que governaram antes.”
“Não quero envenenar ninguém. Eu não quero nem perseguir ninguém”, disse.
“Eu quero medir com números quem fez mais escolas neste país, quem cuidou mais dos pobres deste País, quem fez mais estradas, quem fez mais pontes, quem pagou mais salário mínimo. É isso que eu quero medir porque é isso que conta no resultado da governança”, acrescentou.
Ainda em referência às revelações da PF, Lula disse que é preciso construir um Brasil “sem perseguição, sem estímulo do ódio, sem estímulo às desavenças.”
Nas redes sociais, até a conclusão desta reportagem, o presidente não havia feito nenhuma manifestação sobre o caso do indiciamento de Bolsonaro.
Do lado do ex-presidente também não há, até o momento, publicações sobre o tema.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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