O comportamento do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nas redes sociais foi calculado para se aproximar de seu eleitorado. Pesquisas contratadas pelo deputado apontaram que os compromissos em Brasília, por causa do cargo, o afastam da agenda paroquial, o que significa perder espaço político e votos nas próximas eleições.
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O eleitorado do Centrão cobra presença. Quem só aparece nas cidades em que são votados em tempos de eleição está fadado a perder a reeleição. O desafio de Motta é conciliar as duas coisas.
A cena do presidente da Câmara bebendo uísque no gargalo, em uma festa junina em Patos, sua base eleitoral, só tem potencial de prejudicá-lo eleitoralmente se virar um grande escândalo nacional, apostam seus interlocutores. No mais, dizem, a imagem mostra que Motta está presente e entrando na brincadeira local.
Com o governo desarticulado e o Supremo atacando o Congresso, Motta tem jogado parado. Sob sua gestão, a Câmara praticamente não votou nada e está sem agenda. A estratégia de se esquivar, contudo, já não agrada mais ao Centrão, que cobra dele pressão sobre o governo para a liberação de emendas e cargos.
Com o calendário eleitoral se aproximando, a política cada vez mais irá se pautar por interesses locais e não nacionais.