O coronel Roberto Criscuoli foi um dos alvos da chamada Abin Paralela durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O militar aparece como um dos alvos de pesquisa no software espião FirstMile, segundo o relatório final da Polícia Federal (PF) na investigação sobre a Abin Paralela.
Próximo ao presidente Bolsonaro, o militar apareceu em áudio na investigação sobre a trama golpista ao dizer que a eleição de Lula poderia resultar em uma guerra civil no país.
“Na realidade, vai ser guerra civil agora ou vai ser guerra civil depois, só que a guerra civil agora tem uma justificativa, o povo tá na rua, nós temos aquele apoio maciço. Daqui a pouco nós vamos entrar em uma guerra civil, porque daqui uns meses esse cara vai destruir o exército”, afirmou Criscuoli em áudio a outra militar.
Sede da Abin, em Brasília
O nome do militar aparece na investigação da Abin Paralela atrelado à operação “Nonato” e teve seu número de telefone pesquisado no software espião em 11 de março de 2020.
De acordo com a PF, o pedido para levantar informações sobre Roberto Criscuoli teria sido a pedido do “Gabinete (GAB), em conexão com uma reportagem sobre denúncia de propina na compra de vacinas”.
Criscuoli, à época da pandemia, foi o responsável por abrir as portas do governo federal para o policial Luis Paulo Dominghetti.
O PM ficou conhecido por denunciar uma suposta cobrança de propina de US$ 1 por vacina por integrantes do governo.
Dominghetti dizia representar a Davati Medical Supply, o que a empresa negou à época.
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