Há os que planejam cada mínimo detalhe e os que preferem viagens mais espontâneas. Ainda assim, é quase unanimidade que todo mundo quer, em alguma medida, conhecer um pouco da história e da cultura do destino que visita. Às vezes é museu, uma atração histórica ou um restaurante, Em Lisboa, existe um hotel que permite fazer isso sem mesmo sair na rua.
Localizado dentro da centenária estação de trem Santa Apolónia, local que testemunhou o vai-e-vem de milhões de passageiros desde sua inauguração em 1865, o The Editory Riverside é um hotel histórico que homenageia o glamour das viagens do trem do passado.
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Ele fica a poucos minutos andando de cartões-postais da capital portuguesa, como a Praça do Comércio e o Cais do Sodré. E apesar dessa estação de trem ser apinhada de pessoas agarradas a uma ou mais malas, nem todo mundo nota que nesse mesmo prédio de movimento frenético, está um dos hotéis cinco estrelas mais únicos da cidade.
Patrimônio histórico com camas
O hotel foi inaugurado em 2022, depois de uma longa reforma que preservou os aspectos originais das instalações da estação de trem. Ele ocupa uma parte do edifício que no passado já funcionou como parte administrativa da estação e abrigou até mesmo um convento de freiras.
O hotel faz parte do portfólio da Preferred Hotels & Resorts, grupo hoteleiro que tem a maior coleção de hotéis independentes do mundo e que aposta em projetos de personalidade única.

No ano passado, a empreitada lisboeta entrou no seleto grupo de Historic Hotels Worldwide, programa do National Trust for Historic Preservation dos Estados Unidos, que reconhece os melhores hotéis históricos do mundo.
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Essa coleção tem apenas 47 hotéis no mundo, incluindo uma propriedade datada do século 10. A inclusão de um hotel inaugurado há apenas 3 anos, portanto, foi surpreendente. “Tanto o hotel como a maior estação de trens passaram a representar a história de Lisboa e de Portugal”, diz o vice-presidente executivo da Historic Hotels of America, Lawrence Horwitz, em comunicado.
Uma viagem (de trem) ao passado
Ao entrar no hotel, é fácil entender porque o local carrega toda essa aura histórica, pois tudo por lá remete a viagens de trem. A própria recepção, decorada com malas de couro, abajures, máquinas de escrever, e outros elementos de época, convida o hóspede a uma viagem no tempo. As fotografias de estações levam a assinatura do catalão Jordi Llorella.

Já o staff fica trajado com roupas que fazem referência ao glamour da era de ouro das viagens de trem na Europa, conferindo um charme extra ao lugar. Passear pela propriedade dá ao hóspede a impressão de que se está em um museu de relíquias. Bancos de madeira que ficavam nas plataformas foram mantidos e estão por toda parte, bem como as escadas e corrimãos são originais da época que a estação de trem abriu, no século 17.
Encontro na cozinha
A gastronomia é outro ponto alto. Instalado em um salão aberto de 500m2, o Impulso Restaurante serve café da manhã, almoço e jantar. Por lá, a decoração inclui mesas e sofás em veludo azul e iluminação indireta, além de um bar central, que emula os balcões de vagões de luxo.

A decoração traz ainda inúmeros relógios de diferentes formas, e também o nome das paradas de trem pintadas próximo ao teto. A cozinha foi feita em conceito aberto para evocar uma bilheteria, e é possível assistir os chefs cozinhando pratos portugueses da própria mesa.

E é por lá que a viagem acontece. Comandado pelo chef André SIlva, o espaço se propõe a ser um encontro dos sabores de pequenos produtores do país que chegam diariamente à estação Santa Apolónia.

O resultado aparece em pratos como O Fiel Amigo (27 euros), um bacalhau confitado com xerém de coentros, pak choi e azeitona negra desidratada, ou na bochecha de porco cozida a baixa temperatura em vinho tinto, com duo de batata-doce e couve kale (26 euros).
Estação Conforto
Ao todo, o hotel possui 126 quartos de 11 tipos distintos, cada um com uma configuração e decoração peculiar. A suíte mais básica é a cozy station twin, com 17m2 e diária a R$ 1030,00 (160 euros). A Master Suite River View, com 71m2 e vista privilegiada para o rio Tejo, é a mais cara, a R$ 3899,00 (608 euros) por dia.

Outro quarto menor (28m2), mas muito desejado por quem pesquisa sobre o hotel, é a Suíte Rosácea, que tem um imenso vitral original com vista para dentro da estação de trem. Dormir nela custa R$ 2.310,00 (360 euros) a diária.

Uma vez que o prédio da estação de trem tem só 3 andares, o hotel é mais horizontal, e seus corredores parecem infinitos. Para cruzar tudo de uma ponta a outra, por exemplo, é necessário andar 130 metros, caminhada que torna irresistível observar as decorações antigas e tirar uma foto.
Uma dúvida que pode surgir ao reservar um quarto é se o hotel é barulhento. A resposta, no entanto, é não. Mesmo estando dentro de uma estação de trem, o isolamento acústico não permite ouvir qualquer ruído do que vem de fora.

Ainda assim, existem, claro, limitações quando se quer viver a experiência de pernoitar em um lugar tão histórico. Piscina e Spa são inexistentes, porque o prédio obviamente não comportaria. A empolgação maior, no caso deste hotel, é mesmo a euforia de dormir em uma estação de trem tão antiga e histórica, nem que seja por uma só noite.
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