As ações da Embraer (EMBR3) voaram no pregão desta segunda-feira (16), figurando entre as maiores altas do Ibovespa, puxadas por dois anúncios positivos para a fabricante brasileira de aeronaves.
O primeiro foi o anúncio da compra, por Portugal, do cargueiro KC-390 — elevando o total até agora para seis. A negociação incluiu dez opções de compra da aeronave pelo governo português.
Já o segundo foi o da Eve Air Mobility (EVE), subsidiária da Embraer, que assinou o primeiro acordo vinculativo com a Revo, empresa de mobilidade aérea urbana, para a compra de até 50 aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL). O acordo está avaliado em US$ 250 milhões, com a primeira entrega prevista para o quarto trimestre de 2027.
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Com isso, as ações deram um salto de 6,26%, por volta de 12h20 (horário de Brasília), cotadas a R$ 71,47. No fechamento do pregão, os papéis encerraram com alta de 5,34%, a R$ 69,99.
Os efeitos positivos para a Embraer
O Itaú BBA segue otimista com a Embraer, destacando dois grandes gatilhos para o curto prazo: o Paris Airshow, que acontece na próxima semana, e o teste de voo do EVE, previsto para o segundo semestre deste ano.
Para o banco, esses eventos podem impulsionar ainda mais os resultados da fabricante de aeronaves.
Após uma correção de 15% nas ações desde as máximas de março, a empresa está oferecendo uma relação risco-retorno mais equilibrada, segundo a equipe de analistas liderada por Daniel Gasparete.
O Paris Airshow é especialmente aguardado, com o otimismo sobre novos pedidos para as divisões Comercial e de Defesa ganhando força nas conversas com a gerência.
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Justamente a EVE é vista pelo BBA como uma das opções de maior valor da Embraer. A subsidiária está avaliada em US$ 1,6 bilhão — e a Embraer detém 84% de participação —, montante consideravelmente inferior ao de seus principais concorrentes: a Joby (US$ 8,4 bilhões) e a Archer (US$ 6,5 bilhões).
A EVE é uma subsidiária da Embraer que produz aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical e infraestrutura de mobilidade aérea urbana.
Existem riscos, mas avaliação das ações é atrativa
Apesar dos gatilhos positivos, o BBA não ignora riscos para a Embraer. Um deles é o eventual impacto do Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) da Azul (AZUL4), que levantou preocupações sobre os lucros da fabricante de aeronaves.
Para os analistas, ainda é muito cedo para avaliar; no entanto, em um primeiro momento, o impacto parece limitado, representando menos de 1% da projeção de Ebit (lucros antes de juros e impostos) para 2025 — mesmo com a companhia sendo um dos maiores clientes da Embraer.
Em relação a uma potencial baixa contábil, os analistas ponderam que, segundo as demonstrações financeiras, há apenas US$ 36 milhões de clientes domiciliados no Brasil, dos quais acreditam que menos da metade estaria relacionada à companhia aérea.
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“Em relação à carteira de pedidos, destacamos que as aeronaves da Embraer operadas por companhias aéreas brasileiras foram fornecidas por arrendadores, que acreditamos que devem manter seus pedidos, dadas as obrigações contratuais (por exemplo, pagamentos de pré-entrega já efetuados)”, dizem.
O segundo risco envolve os efeitos adicionais da guerra comercial na Embraer. A administração sinalizou um impacto de 90 pontos-base em seu Ebit, proveniente dos custos da cadeia de suprimentos relacionados ao conflito.
“Embora concordemos que existam riscos que podem pesar sobre as expectativas de lucros para este ano, acreditamos que pode haver catalisadores que sustentem uma expansão dos múltiplos no curto prazo”, dizem.
*Com informações do Money Times
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