Já é uma história antiga: a alta dos juros no Brasil costuma assustar os investidores e drenar os recursos dos ativos de risco. No mundo dos fundos imobiliários, quem tende a ser prejudicado são os FIIs de tijolos, ou seja, aqueles que investem em imóveis físicos, enquanto o segmento de papel brilha aos olhos dos cotistas.
Atualmente, com a taxa Selic a 14,75%, os fundos nadam contra a corrente, enquanto os investidores são atraídos para a renda fixa.
Porém, os juros não assustam os analistas, que seguem apostando na classe de tijolos. Isso porque a falta de apetite para ativos de risco abre uma oportunidade única: adicionar produtos de qualidade na carteira com desconto. Esse é o caso do novo fundo imobiliário favorito entre os dez bancos e corretoras procurados pelo Seu Dinheiro para a série FII do Mês.
O Guardian Real Estate (GARE11) conquistou o pódio do ranking ao receber três indicações para investir em junho. Apesar de acumular uma alta de 1,87% em 2025, o fundo registra uma queda de mais de 3% no último mês.
Confira abaixo todos os FIIs presentes no ‘top 3’ de junho:
- Entendendo o FII do Mês: Todos os meses, o Seu Dinheiro consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são suas apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, os analistas indicam os seus três prediletos. Com o ranking nas mãos, selecionamos os que contaram com mais indicações.
*A carteira indicada pelo banco Daycoval não é limitada a apenas ativos imobiliários. Assim, a instituição inclui ativos atrelados ao agronegócio, debêntures e infraestrutura.
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O fundo imobiliário GARE11 sob os holofotes
O Guardian Real Estate rouba a cena com um patrimônio líquido de R$ 1,34 bilhão e um portfólio robusto. O GARE11 possui, atualmente, 39 imóveis, que estão localizados em 14 estados brasileiros.
Segundo o último relatório gerencial divulgado pela gestora Guardian, o fundo imobiliário alcançou a marca de 354.439 cotistas durante o mês de abril.
Além disso, o Guardian Real Estate segue entre os líderes em dividend yield (taxa de retorno de dividendos) dos FIIs de Tijolo do IFIX, principal índice de fundos imobiliários da B3.
Porém, o que brilha mesmo no GARE11 são os contratos: todos os aluguéis são na modalidade atípica, ou seja, possuem prazos longos, sem revisional no meio do período de locação e multas de rescisão salgadas.
Segundo o Santander, um dos bancos a recomendar o fundo imobiliário, os contratos do GARE11 permitem ao investidor ter uma melhor previsibilidade em relação à receita e aos rendimentos. Além disso, o banco destaca que o FII possui grandes empresas como locatárias, como o Atacadão/Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Grupo Mateus.
O banco também destaca a venda do galpão logístico BRF Visa, imóvel localizado em Vitória de Santo Antão, no estado de Pernambuco, por R$ 273,4 milhões.
A transação ocorreu no fim do ano passado e gerou um lucro estimado de R$ 71,5 milhões.
“Com a operação, a gestão consegue aumentar a disponibilidade de caixa, reduzir alavancagem financeira e gerar lucro que poderá ser distribuído ao longo dos próximos semestres”, afirmou o Santander em relatório.
O banco estima que o FII apresente um dividend yield de 11,4% nos próximos 12 meses.
Já a corretora Monte Bravo, que não incluiu o GARE11 no top 3 de junho, também avalia que os contratos atípicos e a diversificação entre ativos de logística e renda urbana são pontos de destaque para o fundo imobiliário.
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Há riscos no radar do FII
Nada nesta vida é perfeito, e o GARE11 também pode ser incluído nessa. Apesar de brilhar aos olhos dos analistas, o investimento também tem riscos.
Segundo o Santander, o FII possui uma baixa diversificação de inquilinos. Embora todos os 39 ativos estejam ocupados, o Guardian Real Estate aluga os imóveis para apenas seis locatários.
Além disso, o GARE11 tem aproximadamente R$ 810 milhões em obrigações financeiras por aquisições de ativos. De acordo com o banco, a alavancagem financeira bruta do fundo imobiliário está em 60%.
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