O ano de 2025 não está sendo um ano fácil para Elon Musk, ao menos no que se refere aos negócios. O homem mais rico do mundo vem sentindo no bolso as consequências de seu apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sendo a maior afetada a Tesla (TSLA34).
As vendas da montadora do bilionário na Europa despencaram em abril, em meio à crescente pressão reputacional na região devido a seu CEO e ao aumento da concorrência chinesa no mercado europeu.
Os dados da Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ACEA) apontam que a Tesla vendeu 7.261 carros na Europa em abril, uma queda de 49% em relação ao mesmo período do ano passado.
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O recuo não seria algo dolorido para a montadora de elétricos de Musk se as vendas de veículos totalmente elétricos no continente europeu não tivessem crescido 34,1% no mesmo intervalo.
No acumulado de janeiro a abril, as vendas da Tesla caíram cerca de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Crise na reputação da Tesla
A Tesla vem enfrentando desgaste de imagem nos últimos meses, atribuído à crescente exposição política do CEO Elon Musk, especialmente por sua associação com presidente dos EUA, Donald Trump.
Em março, protestos eclodiram em concessionárias da marca em várias partes da Europa.
Outro fator que entra no caminho da empresa é que sua linha de veículos segue envelhecida, sem novos modelos populares anunciados até o momento, mesmo com o lançamento da versão atualizada do SUV Model Y neste ano.
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Simultaneamente, a Tesla enfrenta concorrência crescente tanto de montadoras tradicionais quanto de empresas chinesas agressivas no segmento.
De acordo com a CNBC, a gigante chinesa BYD superou a Tesla em vendas de veículos 100% elétricos na Europa pela primeira vez.
Os consumidores europeus também demonstram preferência crescente por veículos híbridos — que possuem uma pequena bateria, mas funcionam principalmente com combustível tradicional — que já representam cerca de 35% do mercado automotivo europeu, de acordo com a ACEA — um mercado que segue inexplorado pela Tesla, por não possuir nenhum modelo híbrido em sua linha.
Crise na reputação de Elon Musk
Investidores da montadora do bilionário vêm questionando o comprometimento de Musk com a Tesla, especialmente com seu apoio a Donald Trump e liderança no Departamento de Eficiência Governamental, ou DOGE na sigla em inglês.
Durante a última teleconferência de resultados da empresa, Musk afirmou que seu envolvimento com DOGE deve diminuir significativamente até o final de maio, embora planeje dedicar “um ou dois dias por semana” a atividades governamentais.
Em um discurso recente, o bilionário reafirmou seu compromisso de permanecer à frente da Tesla pelos próximos cinco anos.
Consultoria ‘culpa’ a postura pública de Elon Musk na perda de valor da Tesla
Segundo estudo da Brand Finance, consultoria que ranqueia as marcas mais valiosas do mundo todos os anos, a Tesla perdeu 26% do valor de marca em 2024.
A queda pelo segundo ano consecutivo levou a companhia a ser avaliada em aproximadamente US$ 43 bilhões, contra US$ 66,2 bilhões, no começo de 2023. Com isso, a empresa fica atrás da Toyota e da Mercedes, entre as montadoras.
Os resultados mostram que a visão dos consumidores sobre a Tesla é consideravelmente diferente da visão de Wall Street.
O ranking leva em consideração três métricas chave usadas pela Brand Finance para fazer o ranking:
- Consideração: as pessoas consideram comprar dessa marca?
- Reputação: de 1 a 10, qual seria a nota dada para a marca?
- Recomendação: as pessoas tendem a falar bem dessa marca?
A pontuação da Tesla diminuiu nos três quesitos, considerando os mercados em que a montadora tem fábricas e vende carros – Estados Unidos, Europa e Ásia.
Apesar de ter mantido uma boa pontuação no quesito de lealdade nos Estados Unidos – ou seja, muitos consumidores que têm veículos Tesla devem mantê-lo na garagem –, a marca viu a pontuação de Recomendação cair no país.
Na Europa, a queda mais significativa foi no quesito de Consideração.
*Com informações da CNBC
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