A bebida, o cigarro e os banquetes luxuosos entraram na mira do governo chinês. Uma nova determinação do Partido Comunista da China (PCCh) endureceu as diretrizes de austeridade aos oficiais chineses em todo o mundo, proibindo extravagâncias e limitando o comportamento de agentes públicos em serviço.
As novas diretrizes atualizam o Regimento para Parcimônia e Combate ao Desperdício em Órgãos do Partido e do Governo. Na prática, isso implica no banimento radical de álcool em recepções oficiais, cigarros e banquetes dispendiosos entre os 100 mil membros do Partido Comunista.
De acordo com o China Daily, o consumo de álcool era prática comum em banquetes oficiais, com direito a ditados populares a respeito da importância da bebida para os negócios. “Nenhum banquete está completo sem álcool”, diziam.
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Entretanto, e mais recentemente, a prática tem gerado desconfiança e sendo questionada no país. O China Daily relembrou o caso recente de um funcionário que morreu na província de Henan, no centro da China, após consumir álcool em um almoço oficial.
Mais que um código de conduta, as medidas entram em linha com a política de combate à corrupção e o desperdício que é marca da gestão de Xi Jinping desde que assumiu o cargo de Secretário-Geral do Partido, em 2012.
Hoje, o governo é notório pela baixa tolerância à corrupção e enquadra mesmo membros do alto escalão. Foi o caso do ex-chefe do projeto do yuan digital, expulso do Partido em 2024 após receber propina em criptomoedas, fraudar empréstimos para investimentos pessoais e receber presentes valiosos, como garrafas de vinho Maotai (marca de bebidas alcoólicas mais valiosa do mundo).
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China: “O desperdício é vergonhoso”
Não foi somente a gastronomia que entrou na mira da austeridade do governo chinês: carros oficiais também passam a dispensar luxo, priorizando modelos com mais eficiência e menos emissões.
As novas diretrizes ainda determinam que escritórios devem ter área limitada e instalações modestas. Reuniões e encontros também passam a ficar livres de plantas ornamentais e decoração extravagante.
Mesmo o comportamento de autoridades em viagens ganhou novas recomendações. Com a medida, eles ficam proibidos de aceitar presentes em dinheiro, lembranças ou especialidades locais. Em viagens internacionais foi proibido o uso de jatos particulares e fica vetado também a adição de escalas ou extensões de estadia no exterior sem autorização prévia.
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Vale lembrar que os gastos oficiais com recepções, viagens e veículos oficiais já vem sendo progressivamente reduzido na China há alguns anos. Em 2025, por exemplo, o orçamento para estas despesas é de 6,12 bilhões de yuans (cerca de US$ 851,7 milhões ou R$ 4,83 bilhões), uma redução de 322 milhões de yuans em relação ao ano passado.
No memorando recente pelo Partido Comunista, o governo determina “diligência rigorosa e parcimônia”, em oposição “à extravagância e ao desperdício”. E defende que “o desperdício é vergonhoso e a economia é gloriosa”.
Com informações da Bloomberg e do China Daily.
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