O Méliuz (CASH3) anunciou, na noite desta segunda-feira (19) que, “em linha com sua estratégia voltada para a realização de investimento em bitcoin“, está avaliando alternativas de captação de recursos, dentre as quais a emissão de valores mobiliários representativos de títulos de dívida conversíveis ou não em ações, além de uma oferta pública primária de ações (follow on) de pelo menos R$ 150 milhões.
O anúncio foi feito poucos dias depois de a companhia ter conseguido mudar seu estatuto social para passar a adotar o bitcoin (BTC) como principal ativo de investimento da sua tesouraria, tornando-se a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil e da América Latina.
A medida foi bem recebida pelo mercado, que no dia seguinte à mudança levou as ações CASH3 a dispararem quase 30% na B3. Nesta segunda, porém, a ação devolveu boa parte dos ganhos, despencando mais de 20%.
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Segundo fato relevante protocolado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de hoje, o Méliuz disse que a oferta pública à vista pode incluir como vantagem adicional a entrega de bônus de subscrição, e que o valor mínimo de R$ 150 milhões “poderá ser substancialmente aumentado em decorrência da distribuição de um lote adicional ou instrumento similar, a critério da companhia.”
O BTG Pactual foi escolhido como coordenador na eventual oferta. A companhia no entanto reforça que nenhuma decisão definitiva foi tomada a respeito do follow on ou qualquer outra forma de captação, que ainda ficaria sujeita às condições de mercado e todas as aprovações cabíveis.
A primeira decisão do Méliuz após a mudança do estatuto foi adquirir 274,52 bitcoin por aproximadamente US$ 28,4 milhões a um preço médio de US$ 103.604,07 por criptomoeda. Com a primeira compra realizada em março deste ano, o Méliuz já tem em posse 320,25 bitcoin, adquiridos a um preço médio de US$ 101.703,80 por criptoativo.
Compra de bitcoin pelo Méliuz começou em março; analistas veem estratégia com cautela
Os planos da plataforma para investir em criptomoedas começaram no dia 6 de março, quando anunciou que havia usado 10% de seu caixa para comprar bitcoins. Na época, a companhia investiu em 45,72 bitcoins por aproximadamente US$ 4,1 milhões a um preço médio de US$ 90.296,11 cada.
A CASH3 gostou e quis mais. Em meados de abril, a empresa convocou uma assembleia geral para votar a possibilidade de investir pesado na criptomoeda, tornando-a um ativo de longo prazo estratégico para as operações.
As ações CASH3, então, passaram a operar em forte alta. Neste ano, o papel acumula valorização de 210%, sendo 85% somente no último mês.
O Méliuz diz que não deseja mudar o seu negócio principal, mas ofereceu a possibilidade de reembolso para os acionistas que não concordam com a estratégia de investir o caixa da empresa em bitcoin.
Analistas veem a estratégia da empresa com cautela, considerando-a fora de foco, arriscada e desconectada dos objetivos principais do negócio da companhia.
Confira as condições para o pedido de reembolso das ações do Méliuz e a avaliação dos analistas sobre a estratégia da empresa para o bitcoin nesta outra matéria.
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