Existe uma máxima no mercado financeiro que diz que a performance passada não garante ganhos futuros — uma verdade dura para o investidor que viu o Ibovespa renovar a máxima histórica na semana que passou e encerrar com alta acumulada de 1,02%.
Nos últimos cinco dias, o principal índice da bolsa brasileira brilhou: além do recorde, conquistou o quinto avanço semanal consecutivo na mais longa sequência de alta desde a série de seis semanas positivas entre outubro e novembro de 2023. No mês, o Ibovespa acumula ganho de 1,07%.
E a semana não foi fácil. Esse desempenho foi alcançado mesmo com mais um aumento da taxa de juros no Brasil. Na quarta-feira (7), como esperado, o Banco Central elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% e deixou a porta aberta para o possível fim do ciclo de aperto monetário. Você pode conferir a decisão em detalhes aqui.
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A semana que se inicia também promete fortes emoções para os investidores aqui e lá fora.
Ibovespa: o que vem por aí
Embora os ganhos do passado não garantam ganhos no futuro, os investidores estão otimistas sobre o desempenho do Ibovespa na semana que vai começar.
Levantamento do Broadcsat mostra que 50% dos agentes do mercado esperam alta para o índice, contra 42,86% no termômetro da semana passada. Mas as expectativas de queda também aumentaram, passando de 28,57% para 33,3%.
De qualquer forma, os investidores vão começar a semana dando de cara com balanços de titãs da bolsa: BTG Pactual (BPAC11) apresenta os números do primeiro trimestre antes da abertura do mercado na segunda-feira (12), que termina com os resultados financeiros da Petrobras (PETR4).
A semana ainda tem uma enxurrada de balanços, com destaque para o Nubank (ROXO34), na terça-feira (13), e o Banco do Brasil (BBSA3), na quinta-feira (15) — vale lembrar que o BB alterou a data de apresentação de resultados, inicialmente prevista para a terça.
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O mercado ainda deve acompanhar de perto a divulgação da ata do Copom, na própria terça, e o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, previsto para 9h40 de quinta-feira (15).
Ele fala uma semana depois de o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) desafia o presidente norte-americano, Donald Trump, e manter os juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. Confira a decisão e as declarações de Powell em meio à pressão do republicano para a queda da taxa.
A semana que passou na bolsa e no dólar
O Ibovespa estendeu os ganhos por uma mais semana, com as atenções divididas entre a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e decisões de política monetária. As negociações sobre a política tarifária dos Estados Unidos com vários países seguiram no radar.
AÇÕES: As commodities caíram, mas quem brilhou foram outras brasileiras
O principal índice da bolsa brasileira acumulou leve alta de 1,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (2) no nível dos 136 mil pontos. Já o dólar à vista terminou a R$ 5,65 e ficou estável na semana.
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Azzas 2154 (AZZA3), com reação do mercado ao balanço do primeiro trimestre de 2025. A companhia teve lucro líquido recorrente de R$ 117,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 15,6% na comparação anual. O desempenho veio acima do esperado.
Na avaliação da XP Investimentos, a varejista, fruto da fusão entre Arezzo e Soma, entregou crescimento sólido da receita e melhoria das margens, uma vez que os ajustes operacionais relacionados à fusão que gerou a Azzas 2154 não são mais um obstáculo.
Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 5 a 9 de maio:
Empresa | Código | Variação semanal |
---|---|---|
Azzas 2154 | AZZA3 | 20,17% |
Cogna | COGN3 | 13,79% |
Bradesco | BBDC4 | 12,67% |
Bradesco | BBDC3 | 10,22% |
Brava Energia | BRAV3 | 10,18% |
Já a ponta negativa foi liderada por RD Saúde (RADL3), também em reação ao balanço dos primeiros três meses do ano. Na última quarta-feira (7), as ações encerraram com queda de quase 15%, a R$ 16,58, na menor cotação desde setembro de 2019.
A rede de farmácias reportou lucro líquido de R$ 164 milhões, 12,7% menor que o apurado no mesmo período do ano anterior.
Segundo analistas do BTG Pactual, o primeiro trimestre foi um ponto fraco para a companhia, com vendas de mesmas lojas (SSS) crescendo apenas 5,4% na comparação anual, um desempenho aquém da inflação dos medicamentos e 60 pontos-base abaixo das projeções do banco.
Veja as maiores quedas do Ibovespa na semana:
Empresa | Código | Variação semanal |
---|---|---|
RD Saúde | RADL3 | -22,50% |
Pão de Açúcar | PCAR3 | -21,54% |
Minerva | BEEF3 | -17,47% |
BRF | BRFS3 | -14,51% |
Azul | AZUL4 | -14,29% |
*Com informações do Estadão Conteúdo e do Money Times
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