O mundo se despede, neste sábado (26/4), do papa Francisco, primeiro pontífice latino-americano da história da Igreja Católica. O corpo do papa será velado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com funeral marcado para as 10h no horário local (5h no horário de Brasília). A cerimônia será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.
O Metrópoles transmite ao vivo a cobertura completa da despedida do papa Francisco, com apresentação da repórter Natália André, entrevistas especiais, presença de especialistas e atualizações em tempo real direto de Roma.
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A Missa das Exéquias marca o início do tradicional Novendiali, os nove dias de luto e orações dedicados à memória do pontífice. Após a celebração eucarística, serão realizados os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, solenidades que simbolizam o encerramento oficial das exéquias.
Em seguida, o caixão será levado ao interior da Basílica de São Pedro e, posteriormente, para a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde Francisco será sepultado — por vontade expressa dele, em uma sepultura acessível ao público.
Trajetória de um papa singular
Francisco foi eleito em 13 de março de 2013, após a renúncia do papa Bento XVI. Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, foi o primeiro papa da América Latina e também o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.
Durante mais de uma década de pontificado, destacou-se por seu estilo simples, sua preocupação com os pobres e o meio ambiente, e por buscar uma Igreja mais aberta e inclusiva.
Entre seus principais legados estão a encíclica Laudato Si’, sobre a ecologia integral, e seu esforço constante por diálogo inter-religioso e pela paz global. Também marcou seu papado o incentivo à reforma da Cúria Romana e o enfrentamento a temas sensíveis dentro da Igreja, como a crise de abusos sexuais cometidos por membros do clero.
Ritos finais
Com a confirmação da morte de Francisco, os ritos iniciais foram conduzidos pelo cardeal camerlengo Kevin Joseph Farrell, responsável por retirar e destruir o “Anel do Pescador”, símbolo do pontificado, encerrando formalmente seu papado. Também lacrou a residência e os escritórios papais, que permanecerão fechados até a eleição do próximo papa.
O velório, diferente da tradição, ocorre com o corpo exposto em um caixão simples de madeira com revestimento de zinco, sem fechamento e sem deposição em sarcófago, conforme desejo do próprio Francisco.
Ele será enterrado em Santa Maria Maggiore, igreja romana que frequentava desde os tempos de cardeal.
Líderes mundiais comparecem ao velório
O Vaticano confirmou a participação de 130 delegações oficiais, incluindo 50 chefes de Estado e 10 membros da realeza. Entre os presentes estão o presidente da Argentina, Javier Milei, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que embarcou para Roma na quinta-feira (24/4), acompanhado de representantes dos Três Poderes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também estará presente, ao lado da primeira-dama Melania Trump. Outros líderes internacionais confirmados incluem Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Olaf Scholz (Alemanha) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia), que inclusive propôs um encontro com Trump durante o evento. O príncipe William representará o rei Charles III no funeral.
Espera-se que milhares de fiéis compareçam à Basílica de São Pedro neste sábado. Em funerais anteriores, cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes no de Bento XVI, em 2023, enquanto mais de 300 mil participaram da despedida de João Paulo II, em 2005.
O que acontece depois
A Igreja entra agora no período de novendiales, que se estende por nove dias com missas e orações diárias. Durante esse tempo, os cardeais se reúnem em Congregações Gerais para tratar dos assuntos administrativos urgentes e organizar o conclave que elegerá o sucessor de Francisco.
O conclave, realizado na Capela Sistina, é uma votação secreta que deve ocorrer entre 15 e 20 dias após a morte do papa. A eleição é sinalizada pela tradicional fumaça branca que sai da chaminé da capela.
A missa de posse do novo papa costuma ocorrer até cinco dias após sua eleição, mas a data exata será definida pelo próprio pontífice eleito.