Os últimos dias não têm sido fáceis para a Alphabet, empresa por trás do Google. Na quarta-feira (16), a má notícia para a companhia veio do Reino Unido. Já na quinta-feira (17), os ventos ruins sopraram dos EUA.
No primeiro caso, o Google está sendo processado por possíveis danos de até 5 bilhões de libras (R$ 38,5 bilhões) em uma ação coletiva no Reino Unido.
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A ação alega que a empresa abusou de sua posição dominante no mercado de pesquisas online para cobrar preços mais altos pelos anúncios que aparecem nos resultados das buscas.
Segundo o processo, a gigante da tecnologia dos EUA contratou fabricantes de telefones celulares para pré-instalar o mecanismo de pesquisa do Google e o navegador Chrome em dispositivos Android.
A empresa também pagou à Apple para torná-lo o mecanismo de pesquisa padrão em iPhones, com a intenção de eliminar a concorrência, alega a ação.
Um porta-voz da Google disse à agência de notícias Reuters que o caso era especulativo e oportunista, acrescentando que os consumidores e anunciantes recorrem à empresa porque ela é útil.
“O Google tem aproveitado seu domínio no mercado de pesquisa geral e de publicidade em buscas para cobrar mais dos anunciantes”, disse a especialista em direito da concorrência Or Brook, que apresentou a ação em nome de milhares de empresas.
A ação está sendo tomada em nome de organizações do Reino Unido que publicaram anúncios na plataforma de janeiro de 2011 até o momento em que a reclamação foi apresentada.
O órgão regulador antitruste da Reino Unido lançou em janeiro uma investigação sobre os serviços de busca do Google, incluindo seu impacto nos mercados de publicidade.
‘Monopólio ilegal’, segundo juíza dos EUA
O caso na Justiça dos EUA não é muito diferente. Na quinta-feira (17), a juíza distrital Leonie Brinkema, da Virgínia, considerou o Google um “monopolista abusivo” por explorar ilegalmente parte de sua tecnologia de marketing on-line para aumentar os lucros.
A decisão vem na esteira de outra tomada em agosto, quando um juiz federal concluiu que o mecanismo de busca da empresa tem aproveitado ilegalmente seu domínio para sufocar a concorrência e a inovação. Ele agora está analisando uma solicitação do Departamento de Justiça para desmembrar a empresa.
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No novo caso, o Departamento de Justiça e um grupo de estados processaram o Google argumentando que seu monopólio na tecnologia de anúncios permitiu que a empresa cobrasse preços mais altos e ficasse com uma parcela maior de cada venda.
O momento não é dos melhores para a gigante da tecnologia. Ao mesmo tempo em que enfrenta decisões contrárias na Justiça, a empresa tenta se reposicionar em meio à crescente onda da inteligência artificial generativa, com a startup OpenAI dominando o mercado com seu ChatGPT.
O crescimento da receita tem desacelerado nos últimos anos, e o Google enfrenta agora o potencial adicional de uma desaceleração nos gastos com publicidade, devido às preocupações econômicas decorrentes das novas tarifas comerciais do presidente Donald Trump.
Vem aí: o que esperar do balanço do Google
O preço das ações da Alphabet (GOOG) caiu mais de 1% na quinta-feira (17) e acumula baixa de 20% neste ano.
Na próxima quinta-feira (24), após o fechamento dos mercados, o Google divulga seus resultados do primeiro trimestre de 2025.
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A Alphabet deve reportar uma receita de US$ 89,22 bilhões no primeiro trimestre fiscal, um aumento de 11% em relação ao ano anterior, e um lucro líquido de US$ 24,71 bilhões, ou US$ 2,01 por ação, acima dos US$ 23,66 bilhões, ou US$ 1,89 por ação, do ano anterior, segundo expectativa de analistas reportada pelo site Investopedia.
Ainda segundo a Investopedia, dos 19 analistas que acompanham a Alphabet e são monitorados pela Visible Alpha, 14 recomendam “comprar” as ações, enquanto os demais recomendam “manter”.
O preço-alvo consensual próximo a US$ 195 sugere uma alta de aproximadamente 29% em relação ao preço de fechamento de quinta-feira, em torno de US$ 151.
Durante a teleconferência de resultados da empresa, a Alphabet poderá ser questionada por analistas sobre a decisão judicial desta semana nos EUA.
* Com informações de Estadão Conteúdo
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