A alta no preço do chocolate nos últimos meses está afugentando o consumidor da compra de ovos de Páscoa neste ano. É o que mostra uma pesquisa divulgada pelo Serasa.
O que diz o levantamento
- De acordo com o levantamento, 38% dos brasileiros não pretendem comprar ovos de Páscoa em 2025.
- Entre o grupo de entrevistados que dizem que vão passar em branco neste feriado de Páscoa, 14,4% apontam a “falta de condições financeiras” como o principal motivo.
- Outros 11,7% atribuem a decisão de não comprar os ovos aos “preços altos”.
- Para 10,4%, há “outras prioridades” para os gastos neste momento.
Quanto e como gastar
Ainda segundo a pesquisa do Serasa, mais de 7 em cada 10 brasileiros (73%) já deixaram de comprar produtos relacionados à Páscoa em outros momentos devido à falta de dinheiro.
São 43,3% aqueles que declararam que vão comprar ovos de Páscoa, mas pretendem gastar, no máximo, R$ 150. Para 18%, esse valor supera o investimento feito na Páscoa do ano passado.
O levantamento mostra ainda que 26% dos brasileiros priorizam gastar em itens essenciais, entre os quais aluguel e contas básicas.
Para 20%, a preferência é investir quando há alguma promoção de crédito, como o parcelamento sem juros.
Renda extra
Ainda segundo a pesquisa do Serasa, 13% dos entrevistados consideram o feriado de Páscoa como uma boa oportunidade de obter renda extra, vendendo ovos, trufas ou bombons artesanais.
Para 3,3%, esse “trabalho extra” no feriado é uma chance de reforçar o orçamento. Outros 2,9% afirmam que pretendem usar o dinheiro para quitar dívidas.
Vendas devem cair
As vendas do varejo durante a Páscoa de 2025 devem recuar em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com estimativas divulgadas nessa segunda-feira (14/4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo a entidade, as vendas do comércio no feriado deste ano devem somar R$ 3,36 bilhões.
Caso se confirme, o valor representará uma queda de 1,4% em relação às vendas da Páscoa em 2024.
Alta do chocolate e outros produtos
De acordo com especialistas, a possível queda nas vendas é atribuída à alta nos preços de produtos fortemente associados à data, como o chocolate – que deve registrar aumento médio de 18,9%, o maior desde 2012.
O aumento nos preços se deve, entre outros fatores, à valorização do cacau no mercado internacional, além da desvalorização do real no último ano.
Outros produtos tradicionais também devem registrar aumento, entre os quais o bacalhau (+9,6%) e o azeite de oliva (+9%).
A cesta de bens e serviços relacionados à Páscoa, que tem oito itens, deve subir, em média, 7,4% em relação ao ano passado.