A União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis), associação de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apresentou uma notícia-crime junto a Procuradoria-Geral da República (PGR) em que pede a investigação do vazamento do inquérito da “Abin Paralela”.
A Intelis questiona a divulgação de informações sigilosas pela imprensa a respeito de um suposto ataque hacker realizado pela Abin contra autoridades do Paraguai. O caso teria tido início ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em junho de 2022, e sido suspenso no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 27 de março de 2023.
Uma reportagem do portal Uol mostrou que o governo brasileiro realizou uma ação hacker contra autoridades do Paraguai tendo como contexto as negociações pela tarifa da Usina de Itaipu, que tem os dois países como sócios.
O episódio teria sido investigado ao longo da Operação Última Milha, que visa desarticular suposta organização direcionada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, que teria como suporte os sistemas da Abin.
O pedido de investigação foi apresentado nesta quinta-feira (17/4), mesmo dia em que o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, prestou depoimento ao longo de cinco horas à Polícia Federal (PF) sobre a “Abin Paralela” e o caso de espionagem contra autoridades paraguaias.
Além de Corrêa, Alessandro Moretti, ex-diretor adjunto do órgão, também prestou depoimento à PF sobre o caso.