Com maioria na Comissão Mista de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI), deputados federais e senadores bolsonaristas têm usado o colegiado como um novo “bunker” para pressionar o governo Lula e seus ministros.
A comissão é presidida pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), que também comanda a Comissão de Relações Exteriores, e conta ainda com Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), General Girão (PL-RN) e Caroline de Toni (PL-SC).
Pelo lado do Senado, foram indicados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, e Esperidião Amin (PP-SC), que é ex-governador de Santa Catarina, um dos estados mais bolsonaristas do país.
Na última semana, parlamentares bolsonaristas apresentaram um pedido de convocação do chanceler Mauro Vieira para explicar a crise com o Paraguai, envolvendo uma possível espionagem brasileira contra o vizinho sul-americano.
O pacote dos bolsonaristas contra o governo Lula na comissão tem ainda convites ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; ao diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa; e ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Por articulação de bolsonaristas, a comissão também já aprovou um pedido para que a Abin forneça informações da agência sobre os acordos entre Brasil e Paraguai envolvendo a hidrelétrica de Itaipu, de autoria de Esperidião Amin.
Governo em minoria
A Comissão Mista de Inteligência é composta por seis deputados e seis senadores. Ela é responsável pela fiscalização e pelo controle externos das atividades de inteligência e contra inteligência praticadas por órgãos e entidades da administração pública federal.
O colegiado tem a autoridade para realizar reuniões secretas e tem acesso a documentos sigilosos produzidos por órgãos como a Abin, as Forças Armadas e a Polícia Federal.