Donald Trump completa dois meses de seu retorno à Casa Branca nesta quinta-feira (20) — e o dia foi bem ao “Trump style”.
Depois de criticar a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de manter os juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano na quarta-feira (19), o republicano assinou uma ordem executiva polêmica.
O presidente norte-americano autorizou o desmantelamento do Departamento de Educação dos EUA.
“Os EUA gastam muito mais dinheiro por pessoa com educação do que qualquer outro país do mundo”, disse Trump. “Vamos devolver a educação norte-americana aos estados norte-americanos.”
Segundo a Casa Branca, o Departamento de Educação dos EUA gastou mais de US$ 3 trilhões desde 1979 “sem praticamente nenhuma melhoria mensurável no desempenho dos estudantes”.
Trump ainda anunciou a assinatura de uma ação para intensificar a exploração de minerais críticos nos EUA e reforçou a intenção de firmar um acordo de exploração mineral com a Ucrânia em breve.
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O dia também foi marcado por vazamentos. A Reuters teve acesso a um documento da gestão Trump para reformular a estrutura de como os EUA distribuem bilhões de dólares em ajuda externa.
Segundo o memorando, a atual estrutura de ajuda externa do país é muito ampla, custosa e falhou em reduzir a dependência de alguns países da assistência dos EUA.
Trump também falou de como os EUA serão grandes de novo — e, dessa vez, usou as criptomoedas para isso.
Ele disse que quer transformar os EUA na “indiscutível superpotência do bitcoin e na capital mundial das criptomoedas”.
Em um discurso no Digital Assets Summit, o presidente norte-americano reforçou o compromisso do país em liderar a indústria de cripto e tecnologias financeiras.
Ele destacou o decreto que estabeleceu oficialmente uma reserva estratégica de bitcoin e um estoque para outras criptomoedas.
Trump também pediu que o Congresso aprove uma legislação para criar “regras simples e de bom senso” para as stablecoins — criptomoedas lastreadas em ativos reais como o dólar — e para a estrutura regulatória desse mercado.
Um pouco de Brasil no dia de Trump
Nem o Brasil ficou de fora do sexagésimo dia de Trump na Casa Branca também teve uma marca verde e amarela.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil deve sofrer consequências das políticas do republicano.
“Como eles estão abrindo guerra com o mundo inteiro, não vão preservar o Brasil. Certamente isso não vai acontecer”, previu durante entrevista à GloboNews.
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Haddad ponderou que uma saída sobre algum entrave entre as partes pode ser por meio da diplomacia e de negociações.
“Quando for para uma mesa de negociação, eles vão botar o etanol na mesa, eles vão botar o açúcar na mesa, eles vão botar o quê? Nós vamos botar os serviços na mesa”, disse.
“O Brasil sabe lidar com esse tipo de coisa. Então, nós não estamos levando combustível para essa fogueira. Nós estamos deixando eles apresentarem o plano de voo da relação conosco”, acrescentou.
O ministro salientou que aguarda o que o governo Trump pensa da relação com o Brasil.
“Até agora nós sabemos muito pouco sobre o que se pretende”, considerou, voltando a lembrar que os EUA têm uma relação superavitária com o Brasil.
Haddad disse entender que haverá novidades nas próximas semanas em relação a uma visão mais de conjunto, mas que não vê grande ganho em uma retaliação dos EUA em relação ao Brasil.
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