Ministra, parlamentares e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram o ato bolsonarista que ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro. A manifestação com o mote “pró-anistia” foi realizada na manhã deste domingo (16/3).
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que cuida da articulação política do governo Lula, afirmou que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete pessoas no caso da suposta intenta golpista é “contundente”.
Na rede social X, ela disse que persistir no ataque às instituições e falar em anistia “para quem ainda será julgado significa, na prática, confessar a gravidade dos crimes cometidos contra o estado de direito e a democracia”.
Gleisi ainda disse que Bolsonaro não tem “credibilidade para subir em palanques e se fazer de vítimas”. “O julgamento e punição destes criminosos, no devido processo legal, é absolutamente necessário para que nunca mais se tente instalar uma ditadura no Brasil”, completou.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), antigo ministro de Lula, frisou que o ato bolsonarista “tem como objetivo desmoralizar a democracia, pisotear nas instituições, e tentar minimizar, tratar como algo normal, o golpe do dia 8 de janeiro”.
“Portanto, o Brasil não pode tolerar a impunidade. Pedir anistia para criminosos que sequer foram julgados beira o ridículo e tem por objetivo mobilizar essa base que ele mantém aquecida contra a democracia, com discurso autoritário, discurso violento, que é a marca registrada do bolsonarismo”, rebateu. “Sem anistia, Bolsonaro! Você não vai promover mais uma tentativa de golpe no Brasil”, acrescentou Pimenta.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) alertou as pessoas a não caírem em “armadilhas”. “A anistia que Bolsonaro tanto quer não é para a ‘velhinha com a Bíblia’, é para os crimes que ele cometeu numa tentativa de golpe e de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes”, escreveu no X.
Farias reforçou que os parlamentares não podem permitir o avanço do projeto de lei que visa conceder anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. O PL tramita na Câmara dos Deputados.
Ato “flopado”
O deputado federal André Janones (Avante-MG) usou as redes sociais para zombar da quantidade de presentes no ato convocado por Bolsonaro. Em uma das postagens, ele ironizou e disse que “tinham prometido 1 milhão de pessoas em Copacabana”.
A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) chegou a chamar o ato de “flopado”. Ela também listou as seguintes certezas: “Bolsonaro será preso neste ano” e “golpista bom é golpista na cadeia”.
A manifestação não conseguiu reunir o número de apoiadores esperado pela cúpula do ex-presidente. Ele usou o evento para criticar Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Lula e pedir anistia aos presos do 8 de Janeiro.