No interior de São Paulo, menina de 17 anos, Vitória, foi assassinada depois de torturada, ter seios queimados, a cabeça raspada. Decapitada. O corpo foi abandonado num matagal.
Mais de 21 milhões de brasileiras foram vítimas de violência em 2024. Significa que 37,5 das mulheres no Brasil foram alcançadas por algum tipo de agressão – xingamento, desqualificação, surras, enforcamento. Nove em cada 10 delas relatam que alguém assistiu a agressão. Em 27% dos casos, foram os filhos os que viram as violências. O que, além de outras sequelas, pode transformar os que presenciam hoje em violentos de amanhã.
Lei do Feminicídio completa 10 anos com uma morte a cada 2 dias em SP.
Em 5 anos, Brasil teve mais de 7 mil feminicídios.
No ano passado, o Brasil bateu o recorde dos últimos 5 anos de crimes de feminicídio. Foram 1.459 mulheres mortas, segundo dados da Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública).
Turista brasiliense é obrigado a comer própria orelha e tem dedos cortados por traficantes antes de desaparecer no Rio, dizem amigos. Fabrício Alves Monteiro sumiu após ser abordado por traficantes do CV, em Honório Gurgel. Ainda não encontrado.
Luighi, do Palmeiras, expos dor após ataque racista: “Vai me deixar uma cicatriz para o resto da vida”
Vítima de ofensa em jogo do sub-20, no Paraguai, atacante relembrou episódios de sua infância quando passava por situações duras de preconceito pela sua cor de pele e classe social.
“De onde eu venho, sempre sofri um tipo de racismo, que me incomodava muito. Eu entrava em shoppings, com meus amigos da minha comunidade e era mal visto, alguns seguranças até seguiam a gente para ver o que a gente ia fazer. Nós entravamos em lojas e não éramos bem recebidos, não éramos bem atendidos. Isso sempre me incomodou muito e um dia eu coloquei na minha mente que o futebol poderia mudar isso”.
Em campo, foi chamado de macaco. Como outros de pele preta também já foram. E seguem sendo.
Mortes em operação militar na Síria passam de 1.500: ‘Ruas cheias de cadáveres’. Dentre as vítimas, 973 são civis e alauitas.
O horror das revelações das barbáries perpetradas pelos nazistas em campos de extermínio, imaginamos, impediria a repetição de novas maldades do ser humano contra o ser humano. Erramos.
As muitas formas de violência seguem sendo lugar comum em um mundo conturbado, onde o punitivismo não resolve e, espalhados, os barbarismos são parte do nosso cotidiano. Como se nem assustasse mais. Mas assusta e tem consequências. Planeta afora, medo, depressão e ansiedade afastam pessoas do trabalho e do convívio social. Ou levam a morte.
Notícia desta semana, revela que, no Brasil, cresceu muito o número de afastamentos do trabalho por depressão e ansiedade. Em 2024, foram mais de 472 mil afastamentos, o maior número em 10 anos – praticamente o dobro do que foi registrado em anos anteriores. Um aumento de mais de 60% em relação ao ano anterior.
Além da não superada perplexidade com a pandemia da Covid e todas as perdas por ela provocadas, vivemos dias de espanto. O mundo mete medo. Trump e suas malvadezas, mais a ascensão mundial da violenta extrema direita põem mais lenha na fogueira acesa das dores contemporâneas.
Tânia Fusco é jornalista