O Vaticano anunciou, neste domingo (9/3), que o papa Francisco, mesmo em um momento delicado de saúde, acompanhou, por videochamada, os exercícios espirituais da Cúria Romana. Eles começaram à tarde na Aula Paulo VI e foram conduzidos pelo pregador da Casa Pontifícia, o frade menor capuchinho Padre Roberto Pasolini.
Durante a manhã deste domingo, o pontífice recebeu a visita do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e do substituto da Secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra.
Segundo o Vaticano, hoje à noite, após oxigenação de alto fluxo com uso de cânulas nasais durante o dia, o papa retornará a fazer ventilação mecânica não invasiva, conforme planejado. O pontífice segue com terapia respiratória e motora e fisioterapia. A dieta prescrita pelos médicos continua, incluindo também alimentos sólidos.
“A situação parece estável, com ligeiras melhorias graduais, como foi reportado no boletim médico de ontem à noite, num quadro que, no entanto, continua complexo e que obriga os médicos a manterem prudentemente um prognóstico reservado”, destaca o Vaticano.
Saúde do papa Francisco
Internado desde 14 de fevereiro no Hospital Agostino Gemelli, em Roma, para tratar uma bronquite, diagnosticada posteriormente como uma infecção do trato respiratório, a saúde do papa enfrenta altos e baixos.
No dia seguinte à hospitalização, exames apontaram que o quadro era uma infecção respiratória polimicrobiana. Um dia depois, em 18 de fevereiro, confirmou-se que Francisco apresentava pneumonia bilateral, com comprometimento dos dois pulmões. A condição foi agravada por bronquiectasia e bronquite asmática.
Quatro dias depois, em 22 de fevereiro, o pontífice sofreu uma crise respiratória asmática prolongada, necessitando de oxigênio de alto fluxo e transfusões de sangue devido a uma condição associada à anemia. Já no dia 23 de fevereiro, exames indicaram um início de insuficiência renal leve.
Dois dias depois, o Vaticano informou melhora no quadro inflamatório dos pulmões e estabilidade nos exames laboratoriais.No entanto, em 28 de fevereiro, Francisco apresentou uma piora, com um episódio de broncoespasmo, vômitos por inalação e comprometimento da função respiratória. Ele passou por um procedimento de broncoaspiração e iniciou ventilação mecânica não invasiva.
Na segunda-feira (3/3), o papa sofreu dois episódios de insuficiência respiratória aguda devido ao acúmulo de muco nos brônquios e broncoespasmo. Desde então, apesar do quadro complexo, a saúde do pontífice está estabilizada.