São Paulo — O Instituto de Criminalística (IC) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, realizou uma perícia com o uso de produto conhecido como luminol — líquido especial para apontar a presença de sangue — em dos carros alvos de investigação na morte da jovem Vitória Regina de Souza, de 17 anos. A adolescente foi encontrada morta na última quarta-feira (5/3), em uma área de mata de Cajamar, cidade vizinha.
Na perícia, os investigadores não encontraram vestígios de sangue e nada que ligasse o veículo à adolescente. Entretanto, o material recolhido será enviado ao laboratório de DNA e resultados poderão confirmar a impressão inicial.
O método com o uso de luminol foi o terceiro procedimento pericial realizado no veículo, um Corsa branco, nesta sexta-feira (7/3). Veja vídeo e imagens:
Em entrevista à imprensa, após o final do procedimento, Renato Paccoli, chefe do IC de Franco da Rocha, afirmou que o resultado não deve ser divulgado tão rápido, visto que há muita demanda no laboratório especializado no assunto.
“Existem alguns casos na frente. Eu não consigo dizer quando tempo vai demorar”, explicou o perito.
A ação policial foi feita em meio aos jornalistas que acompanhavam as investigações. Delegados pediram para apagar as luzes do local e, em determinado momento, um dos peritos se irritou com um profissional de imagem por conta de uma pequena luz da câmera.
Mais cedo, equipes da perícia científica retiraram fios de cabelo do veículo e os colocaram em pequenas embalagens. Um moletom rosa também foi apreendido.
Horas depois, já na tarde desta sexta, uma nova perícia foi realizada, desta vez pela equipe de papiloscopistas da Polícia Civil. O objetivo foi coletar digitais no Corsa branco. Por fim, no final do dia, foi utilizado o luminol.
Após a realização das perícias e de seis depoimentos colhidos ao longo desta sexta, a polícia estuda pedir dois mandados de prisão temporária — medida que pode ser tomada até o fim da noite.
Perícia de carros
A polícia já periciou três carros que teriam possível envolvimento com suspeitos do crime. Um Corolla, um Corsa branco e um Yares.
No primeiro e no segundo veículo foram encontrados um fio de cabelo em cada. O material foi encaminhado para o IML para confirmar se o cabelo pertencia à jovem. No Yares, nada foi coletado até o momento.
Caso Vitória
- Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo.
- Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
- Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
- A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
- Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público.
- Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
- Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo.
- Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
- Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção à sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Tá de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
- Pelo menos sete pessoas são investigadas pelo crime.
- O delegado responsável pelo caso diz que “provavelmente foi crime de vingança”.