São Paulo — A Polícia Civil trata o carro, de modelo Corolla, como peça chave na investigação sobre a morte da adolescente de 17 anos, Vitória Regina de Souza, encontrada decapitada na última quarta-feira (5/3), em uma área rural de Cajamar, região metropolitana de São Paulo.
De acordo com a investigação, o veículo passou pelo mesmo trajeto e no mesmo horário que Vitória ao voltar para casa. Dois investigados estavam no automóvel e teriam mexido com a adolescente na noite do desaparecimento da jovem.
As investigações concluíram que o Corolla pertencia a um homem que morava próximo à Vitória. Ele teria emprestado o veículo a um ex-namorado da vítima, chamado Gustavo Vinícius.
A polícia não confirma que era Gustavo dirigindo o carro no momento em que Vitória foi abordada voltando para casa, mas aponta que tudo leva a crer que o carro estava na posse do ex-namorado no momento do desaparecimento da jovem.
O veículo foi encontrado e periciado pela polícia. Dentro dele, estava presente um fio de cabelo feminino. O material foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo e deve retornar nesta sexta-feira (7/3) com o resultado que pode confirmar se o fio é mesmo de Vitória.
O vizinho, dono do Corolla, fugiu logo após o encontro do corpo da jovem. A polícia rastreou os cartões de crédito do investigado e viu que ele estava transitando em cidades do interior de São Paulo. Ele foi localizado e encaminhado à delegacia de Franco da Rocha, na grande São Paulo, nesta quinta-feira (6/3).
A morte de Vitória Regina
- Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março em uma área rural de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo
- Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
- Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
- A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
- Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público.
- Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
- Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo.
- Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
- Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Ta de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
- Pelo menos sete pessoas são investigadas pelo crime.
- Delegado responsável pelo caso diz que “provavelmente foi crime de vingança”.
Vídeo mostra últimas imagens da adolescente
Os últimos áudios de Vitória
Antes mesmo de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de dois homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
Em seguida, Vitória entrou no ônibus e disse que os dois subiram com ela no transporte público – e um sentou atrás dela. Nos áudios, é possível perceber que a jovem demonstra medo após a abordagem dos homens suspeitos. “Passou uns caras no carro e eles falaram: ‘e aí, vida? tá voltando?’. Vou ficar mexendo no celular, não vou nem ligar pra eles”.
Já nas mensagens seguintes, Vitória diz que os suspeitos foram embora. “Deu tudo certo, eles entraram dentro da favela. A hora que eles passaram lá do outro lado e voltaram eu pensei ‘pronto, eles vão voltar aqui de novo’. Mas eles entraram na favela”.
Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus que ela, e que eles estavam lhe dando med0. Minutos depois, Vitória diz que pegou o ônibus e que somente um deles a acompanhou — informação que é corrigida mais de 15 minutos depois, quando ela percebe que o outro suspeito também estava no coletivo.
Veja as mensagens:
Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga dizendo que os dois não haviam descido com ela. “Ta de boaça”.