A Embraer (EMBR3) está mais do que acostumada a voar nos céus da bolsa brasileira, com uma valorização acumulada superior a 34% desde o início do ano. Mas para o JP Morgan, as ações da fabricante de aeronaves podem decolar ainda mais.
Diante de perspectivas mais otimistas para a Embraer, o banco norte-americano elevou o preço-alvo para os papéis da companhia em 20% e manteve recomendação “overweight”, equivalente a compra.
Os analistas preveem uma nova rodada de escalada dos papéis na B3 até o fim do ano. A nova meta de preço estipulada para as ações EMBR3, de R$ 94,00, corresponde a uma valorização de até 24% em relação ao fechamento anterior.
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Já para os ADRs (recibos de ações) negociados em Wall Street, o preço-alvo foi aumentado para US$ 65,00 para dezembro de 2025, o que implica uma alta de até 22,9% frente ao último fechamento.
Segundo o JP Morgan, o aumento de preço-alvo é reflexo de múltiplos mais altos na avaliação de soma das partes realizada pelos analistas, que subiu de 9,8 vezes para 11,2 vezes a relação entre valor de firma sobre o Ebitda, e de revisões para cima nas projeções do Ebitda dos próximos dois anos.
“A ação continua a apresentar sólido crescimento e margens em melhoria. Além disso, esperamos que o momento positivo nos novos pedidos continue durante 2025 devido às campanhas em andamento nos segmentos comercial e de defesa”, avaliaram os analistas.
Para os analistas, a Embraer deveria negociar com um desconto de 15% em relação aos múltiplos dos pares internacionais devido ao aumento na rentabilidade, menor alavancagem e maior carteira de pedidos (backlog).
“Assumindo nenhum desconto em relação à avaliação dos pares, a avaliação da Embraer implica um valor justo de cerca de R$116,00 para as ações EMBR3 excluindo a Eve, representando um potencial de valorização de aproximadamente 50% até dezembro de 2025”, disseram os analistas.
Os motivos por trás da visão otimista para Embraer (EMBR3)
As novas expectativas mais otimistas do JP Morgan para as ações da Embraer (EMBR3) devem-se a quatro fatores principais.
O primeiro deles é a expansão da carteira de pedidos firmes (backlog), que está alcançando novos recordes e totalizou US$ 26,3 bilhões no último trimestre.
Esse aumento é razão suficiente para a ação continuar a negociar em múltiplos mais altos à medida que diminui os riscos de execução de curto e médio prazo, segundo os analistas.
Para o banco, a conquista de novos clientes, como a Flexjet e a japonesa ANA, também justificam um valuation maior para a Embraer.
Segundo os analistas, as margens recorrentes da Embraer também devem continuar a melhorar, impulsionadas pela melhora na alavancagem operacional e de precificação nos pedidos recentes, além das iniciativas de eficiência da companhia.
Do lado do segmento de defesa, o JP Morgan ainda vê um “risco de alta” que poderia impulsionar a divisão.
A Embraer já vendeu os aviões militares C-390 para nações da OTAN como os Países Baixos, Portugal, República Tcheca e Hungria, e há potenciais pedidos de outros países na fila.
Os analistas ainda citam as negociações em andamento com a Índia e a Arábia Saudita fora deste mercado, que, combinados, poderiam adicionar US$ 17 bilhões à carteira da companhia.
“Apesar de nossa visão positiva sobre a Embraer, reconhecemos que o desempenho da empresa continua fortemente dependente da expansão de seu backlog, especialmente na aviação comercial, bem como da execução, ou seja, da contínua melhoria nas margens e retornos”, reforçaram os analistas.
Outras alavancas para 2025
Para o JP Morgan, a Embraer (EMBR3) deve vivenciar um aumento nas entregas em 2025, considerando o guidance fixado para este ano, o que deve influenciar diretamente a performance das ações na bolsa.
“Dadas as preocupações contínuas com a cadeia de suprimentos, o mercado estará monitorando de perto as previsões de entrega da Embraer e de seus pares”, ponderou.
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Outra alavanca relevante prevista para este ano é o aumento da rentabilidade.
Para apoiar as perspectivas mais otimistas de múltiplos, a Embraer deve continuar a mostrar uma recuperação gradual nas margens e na rentabilidade, provando que pode se beneficiar da alavancagem operacional e corroborando com a disciplina na precificação de novos pedidos.
“Olhando para o segmento de defesa e segurança, a Embraer tem campanhas importantes em andamento na Índia e na Arábia Saudita totalizando pelo menos 50 C-390 cada, o que poderia ser transformacional para seu negócio de defesa, levando a uma reavaliação adicional”, disse o banco.
Além disso, potenciais acordos ou parcerias para entrar no mercado dos Estados Unidos também teriam um impacto positivo na percepção dos investidores sobre a Embraer, já que resultaria em um aumento na confiança dos investidores no nome.
Os analistas ainda destacam o potencial impulso do segmento de serviços e suporte, cuja expansão de receita tem importante contribuição importante nos retornos da Embraer.
Na avaliação do JP Morgan, a redução no risco da subsidiária Eve, fabricante dos chamados “carros voadores”, também poderia impulsionar a Embraer e não está sendo precificada pelos acionistas.
“Embora a certificação dos eVTOL da Eve só deva ocorrer no início de 2027, durante 2025 a empresa deve avançar em sua certificação e realizar voos de teste, ajudando a reduzir o risco.”
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