Enquanto casos de homicídios, roubos, furtos de veículos e tráfico de drogas caíram ao longo dos últimos 10 anos no Distrito Federal, crimes envolvendo racismo e estupros de vulneráveis aumentaram consideravelmente. Segundo o balanço da criminalidade no DF, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), na comparação entre os anos de 2014 e 2024, o número de casos de racismo saltou de 4 para 39. Ou seja, houve um aumento de 875%.
No caso da injuria racial, foram registradas 378 ocorrências em 2014. Dez anos depois, em 2024, o número de ocorrências saltou para 706, um crescimento de 87%.
O levantamento acende, ainda, um alerta de especialistas e autoridades para o aumento no registro de crimes sexuais envolvendo crianças, idosos e pessoas com deficiência (PCDs). Em 2014, houve registro de 401 estupros de vulnerável. Em 2024, este número teve um acréscimo de 55%, totalizando 620 ocorrências.
Preta gorda
A família de uma adolescente de 15 anos estudante do 9º ano de um colégio particular da Asa Norte denunciou um caso de racismo e preconceito sofridos pela jovem durante um jogo de queimada na escola, em 19 de abril de 2024.
Na hora, a vítima não teria escutado o insulto. No entanto, posteriormente, comentaram o assunto no grupo de WhatsApp de uma das turma do colégio, e a vítima descobriu ter sido chamada de “preta gorda”.
Em 11 de fevereiro de 2025, a coluna Na Mira noticiou a prisão de uma mulher suspeita de cometer injúria racial contra vizinhos, uma mãe e seus filhos. Segundo a denúncia, ela teria as vítimas teriam “cabelo ruim”.
Entre as ofensas havia frases como “nega preta” e afirmações de que uma das vítimas “tinha de alisar o cabelo porque [ele] era ruim”. Os filhos da vítima teriam sido chamados de “encapetados” e “negrinhos da África”.
Denúncia
O Conselho Tutelar de Santa Maria foi acionado para atuar no caso de uma criança, de 5 anos, que teria sido abusada sexualmente pelo próprio pai. A criança tem diagnostico de Atrofia Muscular Espinhal (AME).
A equipe médica do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), responsável pelo tratamento da criança, fez a queixa, na sexta-feira (28/2). Os médicos suspeitaram da situação e denunciaram o caso à policia.
O Conselho Tutelar encaminhou a criança e os responsáveis à delegacia da região. Em seguida, a vítima passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, precisou ser ficar internada no HRSM.
SSP
O Metrópoles entrou em contato com a SSP sobre a questão. O espaço segue aberto para eventuais manifestações da pasta.