Um dos maiores investidores da história, Warren Buffett teceu raros comentários sobre as tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que podem resultar em mais inflação e prejudicar os consumidores.
“As tarifas são, na verdade, uma coisa com a qual temos muita experiência. Elas são, de certa forma, um ato de guerra”, disse Buffett, em entrevista à CBS News.
Vale lembrar que o presidente norte-americano anunciou em fevereiro que as tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá entrarão em vigor em 4 de março — mesma data em que a China receberá uma tarifa adicional de 10%. O dragão asiático prometeu retaliar.
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Questionado sobre como ele achava que as tarifas afetariam a economia dos EUA, o bilionário afirmou que, com o tempo, elas se tornarão um imposto sobre produtos.
“Quero dizer, não é a Fada do Dente que pagará!”, afirmou Buffett, acrescentando que “os preços serão mais altos daqui a 10 anos, daqui a 20 anos e daqui a 30 anos”.
As críticas de Warren Buffett à política comercial de Trump
Trata-se do primeiro comentário público de Warren Buffett acerca das políticas comerciais de Trump.
Durante o primeiro mandato de Trump, em 2018 e 2019, o dono da Berkshire Hathaway não se reprimia de tecer comentários sobre os conflitos comerciais que eclodiram, alertando que as medidas agressivas do republicano poderiam causar consequências negativas globalmente.
Quando questionado sobre o estado atual da economia, Buffett afirmou que “esse é o assunto mais interessante do mundo, mas que não iria falar”. “Realmente não posso”, disse o executivo.
O megainvestidor tem operado em modo defensivo no último ano, especialmente do lado dos investimentos, realizando uma desova de participações históricas e levantando uma quantidade recorde de dinheiro para o caixa.
Há quem veja os movimentos conservadores de Buffett como uma visão pessimista do mercado e da economia. Outros dizem que, com a revisão de portfólio, o investidor está preparando o conglomerado para seu sucessor.
De qualquer forma, o Oráculo de Omaha se manteve pelo oitavo trimestre consecutivo como um vendedor líquido de ações em Wall Street, diminuindo apostas em algumas ações internacionais relevantes, como Bank of America (BofA), Apple e Nubank.
Questionado na última reunião anual de acionistas, em maio de 2024, sobre por que não estava investindo o dinheiro em vez de manter uma enorme posição de caixa — acima de US$ 325 bilhões —, Warren Buffett respondeu: “Não acho que ninguém sentado nesta mesa tenha ideia de como usar esse dinheiro efetivamente e, portanto, não o usamos (…) Só fazemos lances que gostamos.”
*Com informações de CNBC.
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