Em um dia marcado pela queda na curva de juros futuros (DIs), as ações do Magazine Luiza (MGLU3) despontam entre as maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira (17).
Por volta das 12h35, os papéis da varejista subiam 5,83%, cotados a R$ 7,81. No ano, MGLU3 acumula valorização da ordem de 20%.
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O Magalu não é a única varejista a operar no azul hoje. Na realidade, as ações cíclicas — caso das empresas ligadas ao consumo e dos negócios alavancados por natureza — sobem em bloco hoje, em reação à abertura na curva dos DIs.
Magazine Luiza (MGLU3) e as maiores altas do Ibovespa hoje:
Nome | Ticker | Último | Variação % |
Automob ON | AMOB3 | R$ 0,29 | 7,41% |
YDUQS ON | YDUQ3 | R$ 12,32 | 6,67% |
Magazine Luiza ON | MGLU3 | R$ 7,81 | 5,83% |
Cosan ON | CSAN3 | R$ 7,96 | 5,01% |
Vamos ON | VAMO3 | R$ 5,25 | 5,00% |
Assaí ON | ASAI3 | R$ 7,82 | 4,55% |
Minerva ON | BEEF3 | R$ 4,74 | 4,87% |
CVC Brasil ON | CVCB3 | R$ 2,06 | 4,04% |
Localiza ON | RENT3 | R$ 33,02 | 4,46% |
Lojas Renner ON | LREN3 | R$ 14,25 | 4,40% |
O alívio nos juros futuros reflete as novas perspectivas de desaceleração da economia após a divulgação da tradicional proxy do PIB medida pelo Banco Central, o IBC-Br, aquém do esperado.
A atividade econômica brasileira encerrou 2024 com crescimento de 3,8% mesmo depois de contrair mais do que o esperado em dezembro, mostrando que perdeu força no quarto trimestre, conforme projetado.
O indicador contribui para as expectativas de que o BC não estenderá o ciclo de alta de juros por tanto tempo.
Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, mas já conta com mais uma alta de 1 ponto percentual contratada para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em março, o que levará os juros para a marca de 14,25% a.a.
Segue no radar dos investidores ainda a queda brusca na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após o Datafolha mostrar queda na aprovação do governo para o pior patamar de todos os mandatos do petista, um novo levantamento do Ipec revelou que 62% são contra a reeleição de Lula.
As alfinetadas de Luiza Trajano aos juros altos
O desempenho forte das ações do Magazine Luiza (MGLU3) nesta sessão também vem na esteira de novas críticas de Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, à escalada dos juros.
Em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na última sexta-feira (14), a empresária pediu ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não antecipe novas altas na taxa Selic.
A executiva afirmou que as pequenas e médias empresas não conseguem mais “sobreviver” com um patamar de juros tão restritivo.
As críticas de Luiza Trajano aos diretores do Banco Central não são novidade. Em 2023, a presidente do conselho do Magazine Luiza também realizou apelos ao então presidente do BC, Roberto Campos Neto.
“Quero falar em nome do setor varejista, porque o varejo é o primeiro que sofre e o primeiro que demanda. A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver com isso, não tem condição. E é ela que gera emprego”, disse a executiva, em evento.
Galípolo, que também esteve presente no encontro, reconheceu a preocupação de todos com o país, mas sem deixar de defender que problemas estruturais precisam ser endereçados.
“Acho que muitas vezes somos críticos ao Brasil porque muitas vezes as transformações não ocorrem na velocidade e com a linearidade que a gente gostaria que acontecesse”, disse o mandatário.
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Vale lembrar que apertos monetários mais intensos tendem a bater em cheio nas ações cíclicas, que operam com margens mais apertadas e dependem de crédito barato para crescer.
Diante de perspectivas de crédito mais caro em 2025, com diminuição da concessão de empréstimos e aumento da inadimplência, e de um aumento da taxa de desemprego no segundo semestre, o BB Investimentos rebaixou a recomendação para as ações do Magalu (MGLU3).
“Entendemos que a companhia segue com fundamentos positivos, mas sofrendo com os efeitos de um contexto macroeconômico menos favorável para as varejistas”, avaliaram os analistas.
Isso porque o Magazine Luiza possui grande participação de mercado em produtos de maior tíquete, o que aumenta a dependência da disponibilidade de crédito para o aumento de suas receitas.
*Com informações do G1 e do Money Times.
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